A ideia do concÃlio não amadureceu nele como "o fruto de uma demorada meditação, mas como a flor espontânea de uma inesperada Primavera", referiu um dia. Numa conversa com um embaixador, o Papa João XXIII disse-lhe o que esperava desta assembleia magna que teve o seu inÃcio em outubro de 1962: "Espero que traga um pouco de ar puro... Há que sacudir a poeira que, desde Constantino, se vem acumulando no trono de São Pedro".
A mensagem que o II ConcÃlio do Vaticano trouxe ao mundo e à Igreja "não está esgotada" porque "ultrapassa o tempo para fora do tempo", mas aconselha a uma "renovação, visto que há culturas diferentes", sublinhou D. Serafim Ferreira e Silva.
Defensor da Justiça em favor dos "mais fracos e oprimidos", D. Sebastião Soares de Resende (1906-1967) promoveu a "educação da juventude das missões com milhares de escolas primárias" e idealizou para Moçambique uma sociedade "integrada de raças e cidadãos iguais, perante a lei, apesar das diferenças".
Era um "bispo avançado" e um "biblista insigne" mas "não um demagogo". Segundo D. António Marcelino, o cardeal Martini "nunca procurava o seu prestÃgio, mas apenas que a verdade do Evangelho conduzisse a Igreja". A sua "coragem, serena e lúcida, bulia com a gente votada ao carreirismo eclesiástico ou que optava por uma Igreja que não fizesse ondas" (Cf. «Correio do Vouga», 05 de setembro de 2012).