A morte explica a vida D. Jorge Ortiga 18 de Agosto de 2005, às 13:20 ... Mensagem do presidente da CEP por ocasião da morte do Irmão Roger A história da humanidade foi construÃda a partir dos sonhos de homens ousados, que, ao invés da inércia e comodismo das multidões, foram capazes de lançar desafios interpeladores. Se recuarmos alguns anos, deparamo-nos com mentalidades fechadas à novidade e a tudo o que se apresenta como diferente. Estas não foram capazes de aceitar o “diverso†como uma riqueza e testemunho de uma humanidade nova. Infelizmente, o cenário actual da sociedade e da Igreja também ainda não considera a novidade do multi-culturalismo, diálogo ecuménico e inter-religioso. Partindo da oração, o Irmão Roger e a “sua†Comunidade de Taizé lançou um alerta que mostrou a urgência de se construir um mundo de fraternidade e sem barreiras. Não quis ficar nas teorias… O seu discurso, sublime e alicerçado na experiência pessoal, era rico porque, vivido corajosamente, conseguia motivar os outros a realizarem uma experiência idêntica. Como profeta destes tempos novos, falou em nome de Deus e foi compreendido principalmente pelos jovens. Trata-se da confirmação da actualidade do seu carisma, que continuará a marcar o futuro das comunidades cristãs. O sangue derramado no “seu†ambiente de oração e de comunhão com jovens de mentalidades diferentes vai frutificar e produzir novas sementes de unidade neste mundo, que teima em não compreender a singularidade e a nobreza da vida dos verdadeiros testemunhos. Os profetas, marcados por um carisma, e os mártires, porque incomodam, não morrem! Permanecem como luzeiros a indicar que o amor à s causas grandes merece que se lhes entregue as vidas. Ouso formular, neste momento de mágoa, uma prece. O Irmão Roger morreu no seio da sua comunidade e dos jovens, num momento em que decorre a Jornada Mundial da Juventude. Peço a Deus que, a partir desta coincidência, sejamos corajosos na construção de uma Igreja aberta à s interpelações do presente que os jovens protagonizam. Por outro lado, espero que estes jovens também compreendam o testemunho de quem, partindo de um encontro pessoal com Deus, conseguiu desenhar o esboço de uma sociedade unida. A vida do Irmão Roger não terminou. Existe um legado rico de conteúdos que o mundo e a Igreja saberão acolher. Assim, como nos primórdios do Cristianismo «o sangue de mártires era semente de cristãos», a sua morte continuará a gritar o valor da oração e reflexão como caminho para a unidade entre os cristãos, e destes com os de outras religiões e não-crentes. Obrigado, Irmão Roger. Saberemos acolher a tua mensagem carismática e profética. + D. Jorge Ortiga, Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa Taizé Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...