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Arriscar pode ser fatal

Comissão Justiça e Paz de Braga
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Nota da Comissão Justiça e Paz de Braga

No período de pausa festiva que se aproxima, muitos serão os portugueses que, à semelhança do que todos os anos sucede, usarão as suas viaturas para se deslocar para junto de familiares e amigos para comemorar o nascimento de Jesus Cristo. A todos esses que vão circular de automóvel, a Comissão Arquidiocesana Justiça e Paz entende dever dirigir um convite, que é simultaneamente um apelo, para que façam das estradas um lugar de concórdia e paz. As estradas não podem ser, como demasiadas vezes são, o sítio de tantas tragédias. Os acidentes não são um fruto do acaso ou do destino. Eles ocorrem, frequentemente, porque cada um de nós julga que os problemas surgem apenas por culpa dos outros. Reduzir a sinistralidade rodoviária é, por isso, uma tarefa de todos. Uma tarefa que, desde logo, impõe que não se deixe passar sem reprovação as múltiplas e generalizadas condutas de risco e que se altere o entendimento tão comum de que, nas estradas, tudo se pode fazer. E é bom recordar algo óbvio, mas bastante esquecido: não há desenvolvimento se ele não se traduzir de um modo muito concreto na melhoria das condições de vida das pessoas. E muitas pessoas da nossa região minhota, sobretudo as que vivem em zonas rurais, continuam sem ter ao seu dispor passeios públicos por onde possam andar sossegadamente, sem o medo constante de um atropelamento. É particularmente lamentável uma situação que obriga tantas crianças e tantos idosos a circular pelo asfalto por não terem sequer o direito a um estreito passeio. Para diminuir a sinistralidade rodoviária é preciso fazer muito mais e melhor do que aquilo que até hoje se tem feito. A profusão de sinais de trânsito colocados mais a torto do que a direito, a má ou inexistente sinalização das faixas de rodagem e bermas, a falta de passeios já referida, as obras nunca acabadas, o mau traçado de muitas vias rodoviárias são as condições materiais fornecidas para a execução de tragédias que podem, em qualquer momento, atingir qualquer um de nós. Ninguém, obviamente, está livre de ter um azar que origine um acidente. Mas é preciso dizer que são demasiados os que, imprevidentemente, abusam da sorte. É preciso agir de um modo diferente. Esperemos, pois, que o espírito de Natal chegue também às estradas para nos guiar a todos. 20 de Dezembro de 2004


Natal