Nota Pastoral de D. António Sousa Braga, Bispo de Angra
Ainda em clima de festas natalícias fomos sobressaltados pelas notícias dramáticas da enorme catástrofe, que se abateu sobre o Sudeste da Ásia. Foi longe de nós, mas os MCS forneceram-nos abundante informação sobre a imane tragédia: milhares de mortos, desaparecidos e feridos; mais de um milhão de pessoas sem casa. Não podemos ficar indiferentes perante o sofrimento de tantos irmãos nossos, que agora só podem contar com a rápida ajuda internacional.
Sentimos o dever de contribuir, também nós - que bem conhecemos o que significam as calamidades naturais - com a nossa quota-parte de apoio material, por mais reduzido que seja.
Nesse sentido, determino que os ofertórios das Missas de um dos fins-de-semana do próximo mês de Janeiro sejam destinados ao apoio das vítimas do maremoto do Sudeste asiático, quais primícias do Novo Ano, que iniciamos, deste modo, sob o sinal da solidariedade.
Este apoio material deve ser canalizado directamente para a Caritas dos Açores, ou para o seu NIB, na Caixa Geral de Depósitos, n° 003 500 990 004 797 393 019. Este organismo diocesano fará chegar o donativo ao seu destino, o mais rapidamente possível, através da Caritas Nacional.
A Caritas Diocesana já disponibilizou do seu Fundo de Solidariedade uma verba no valor de 2.500 Euros. Espero que outros organismos e movimentos diocesanos sigam o mesmo exemplo. Vamos dar da nossa pobreza, para quem, neste momento, precisa mais do que nós.
Encorajo as comunidades e grupos cristãos a promoverem outras iniciativas apropriadas, a nível paroquial e/ou de Ouvidoria, tais como: vigílias de oração e de reflexão, dias de jejum e de abstinência, peditórios e quermesses...
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A hora é de solidariedade efectiva, que não conhece fronteiras, nem de raça, nem de religião. É a consequência lógica e prática desta época natalícia, dentro do espírito até do Ano Eucarístico, como nos recomenda o Papa: «o cristão, que participa na Eucaristia, dela aprende a tornar-se promotor de comunhão, de paz, de solidariedade, em todas as circunstâncias da vida... Não podemos iludir-nos: do amor mútuo e, em particular, da solicitude por quem passa necessidade, seremos reconhecidos como verdadeiros discípulos de Cristo. Com base neste critério, será comprovada a autenticidade das nossas celebrações eucarísticas» (MND 28).
António, Bispo de Angra
Angra, 28 de Dezembro de 2004