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Conclusões do Encontro Ibérico 2016

Agência Ecclesia
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Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais Comisión Episcopal de Medios de Comunicación Social de España

 

Nós, bispos das Comissões Episcopais de Comunicação Social das Conferências Episcopais de Portugal e Espanha, realizámos entre os dias 6 e 8 de junho o nosso encontro anual de trabalho, na cidade de Ponta Delgada (Açores, Portugal), com o tema “Parcerias e redes na comunicação na Igreja”. O contexto histórico e geográfico do nosso encontro permitiu verificar in loco o trabalho de comunicação numa diocese insular, formada por nove Ilhas, que tem na comunicação um fator de encontro e de comunhão para a Igreja local. Prova disso é o número de comunicadores que esta terra deu à comunicação em Portugal, na Igreja e fora dela.

A passagem evangélica da rede (Lc 5, 1-12), com a sua riqueza simbólica, foi o fio condutor da nossa reflexão. A força da rede de comunicação é a do seu fio e do seu nó mais frágil, por isso, é necessário rever as redes para torna-las cada vez mais importantes para a missão da Igreja.

A partir das conferências apresentadas e do diálogo que elas nos suscitaram, desejamos oferecer as conclusões do nosso trabalho para potenciar parcerias no mundo da comunicação das redes sociais.

1. A comunicação é imprescindível para a missão da Igreja. A Igreja existe para comunicar a mensagem de salvação, é a sua identidade. Esta comunicação deve ter em conta a atual cultura mediática e, por isso, deve caraterizar-se pela rapidez, a simplicidade, a proximidade e uma apresentação atraente da mensagem.

2. Na comunicação devemos também estar atentos às ideias que chegam de fora dos nossos âmbitos. Se abandonarmos a autorreferencialidade, podemos encontrar valiosos contributos para o nosso trabalho na comunicação quando saímos ao encontro daqueles que habitam as periferias existenciais.

3. As redes sociais devem superar o modelo unidirecional e ser lugares de encontro e de diálogo com as pessoas que habitam o continente digital. Como diz o Papa Francisco na sua Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais deste ano, “a comunicação tem o poder de criar pontes, favorecer o encontro e a inclusão, enriquecendo assim a sociedade”.

4. O serviço de comunicação na Igreja deve ser desenvolvido com profissionalismo e, sempre que possível, por profissionais que assumam o seu trabalho como uma missão eclesial. Estes devem formar-se para ser lugar de encontro entre a instituição e a comunicação, entre a Igreja e os meios de comunicação social.

5. A confiança nos comunicadores da Igreja é um valor imprescindível para a eficácia da comunicação. Essa confiança é devida tanto aos que na Igreja têm a responsabilidade de governar como àqueles que, nos meios de comunicação, encontram neles uma fonte imprescindível para cumprir a sua missão. A confiança fundamenta-se na verdade, na transparência e no estabelecimento de relações pessoais de qualidade.

6. O exemplo do Papa Francisco ilumina o mundo da comunicação pela proximidade e coerência que manifesta. É um valioso modelo para os comunicadores.

Ao realizar esta reflexão, queremos valorizar e agradecer o trabalho dos profissionais da comunicação. Oferecemos a cada um deles, como proposta para um profissionalismo ao serviço das pessoas, as palavras do Papa Francisco na sua última Mensagem para o 50º Dia Mundial das Comunicações Sociais: “Comunicar significa partilhar, e a partilha exige a escuta, o acolhimento”. Continua o Papa Francisco, “as palavras podem construir pontes entre as pessoas, as famílias, os grupos sociais, os povos. E isto acontece tanto no ambiente físico como no digital”.

Convidamos todos os profissionais da comunicação, neste ano jubilar, “a redescobrirem o poder que a misericórdia tem de curar as relações dilaceradas e restaurar a paz e a harmonia entre as famílias e nas comunidades”.

Ponta Delgada, 8 de junho de 2016



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