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Conclusões do I Encontro Interdiocesano Hispano-Luso de Pastoral Penitenciária

Pe. João Gonçalves
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- Este Encontro nasce da necessidade espiritual e pastoral de partilhar experiências, no campo da Pastoral Penitenciária/Prisional, entre os dois Países, Portugal e Espanha. A Reunião havida em Fátima, em Junho de 2007, promovida pelo Departamento de Pastoral Penitenciária de Espanha e pela Coordenação Nacional da Pastoral Prisional de Portugal, decide promover encontros em Badajoz e em Ciudad Rodrigo, com a finalidade de Capelães, Religiosos, Leigos, Vítimas e Condenados, poderem enriquecer-se mutuamente. - A Pastoral Penitenciária deve ocupar o seu lugar a nível diocesano, e é necessária a sua integração nos respectivos Programas da Pastoral Diocesana. - O Primeiro Encontro Interdiocesano Hispano-Luso (parte II – a I foi em Badajoz) teve lugar nos dias 16 e 17 de Maio de 2008, no Seminário de São Caetano de Ciudad Rodrigo. Foi organizado pela ICCPPC (Comissão Internacional para a Pastoral Penitenciária Católica Europeia), com a colaboração e ajuda das Comissões da Pastoral Social de ambas as Conferências Episcopais. Foi particularmente destinada às Dioceses do Norte de Portugal e da Comunidade de Castilla e León. Estiveram presentes: D. José Sanches Alves – Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social de Portugal; D. António Couto – Bispo Auxiliar de Braga; D. António Francisco dos Santos – Bispo de Aveiro; D. Manuel Felício – Bispo da Guarda; D. Atilano Rodríguez – Bispo de Ciudad Rodrigo; P. José Sesma, Coordenador Nacional da Pastoral Penitenciária de Espanha; P. João Gonçalves, Coordenador Nacional da Pastoral Penitenciária de Portugal; Ramón Cánovas, Técnico de Instituições Penitenciárias Espanholas; Peter Echtermeyer, de Alemanha, Presidente da ICCPPC Europa; Brian Gowans, de Escócia, Vice-Presidente da ICCPPC Mundial; EmilianoTapia, Coordenador Regional da Pastoral Penitenciária em Castilla y León; vários Capelães e Visitadores Voluntários de Espanha e Portugal, em número aproximado de 50 pessoas. - O tema que nos congregou foi: “O VOLUNTARIADO CATÓLICO NA PASTORAL PENITENCIÁRIA”, que incluía duas Comunicações: “O Ministério do Amor”, por D.António Couto, Bispo Auxiliar de Braga, e “A Identidade do Voluntariado Cristão”, por Dr. José Luís Segovia Bernabé. Os Coordenadores Nacionais da Pastoral Penitenciária partilharam as suas preocupações e responsabilidades sobre os “Desafios da Pastoral Penitenciária Hoje” e, finalmente, houve uma “Mesa de Experiências”, na qual participaram Capelães e Voluntários de ambos os Países, comentando actividades, programas, boas práticas levadas a cabo nas 3 áreas: Social, Jurídica e Teológica, e nos distintos momentos fundamentais: Prevenção, Prisão e Reinserção. - Durante o Encontro foram realçados distintos aspectos fundamentais desta Pastoral: “o amor não pode ser só um sentimento nem mero voluntarismo, mas tem que ser uma opção” que “se aprende”. “O mais importante no Voluntariado é a formação do coração. “O Voluntário não vai à Prisão porque tem tempo livre, mas porque é capaz de dar o seu tempo. O Voluntário responde a uma “missão, que recebeu e Quem o chamou a anunciar o Reino de Deus e a Sua Justiça”. - Outra das conclusões é a vontade de fazer do Voluntariado uma verdadeira missão, como resposta à vocação que livremente aceitamos. O Voluntariado aceita estar em formação permanente; esta é uma condição para exercer o Voluntariado à maneira de Jesus Cristo, e sempre em união com a Igreja que o envia. - O grande desafio que enfrentam Capelães, Voluntários e Dioceses é o saber, com toda a certeza, que vamos encontrar o rosto de Cristo nos internos, baptizados ou não e, por eles, devemos ter um “amor preferencial”. O Próprio Cristo esteve preso, tal como Apóstolos e muitos outros Cristãos. Isto há-de motivar-nos para renovar sempre a nossa presença nas Prisões, para atender de maneira generosa e jubilosa a pessoa que sofre; de modo que entendamos que a Prisão é um verdadeiro lugar de “encontro teológico”. - As nossas Dioceses hão-de ter sempre no seu horizonte e dentro das suas preocupações pastorais, os Programas Anuais de Pastoral Social e Pastoral Penitenciária, independentemente de terem ou não Prisões no seu território; porque todas têm, por certo, pessoas privadas de liberdade; e toda devem fazer prevenção, reinserção e acompanhamento às Famílias dos Reclusos e suas vítimas. A Pastoral Penitenciária não se limita aos muros da Prisão, mas o seu trabalho se estende mais além, como reflectido anteriormente. - Ficou decidido que, no próximo ano, em datas a concretizar, terá lugar o II Encontro Interdiocesano Hispano-Luso de Pastoral Penitenciária em Évora (para as Diocese do Sul de Espanha e Portugal), e em Aveiro (para as Dioceses do Norte de Espanha e Portugal). - Faz-se um trabalho de mediação, perante as Instituições Penitenciárias, para tentar a aproximação dos Internos Espanhóis e Portugueses, respeitando a vontade dos mesmos, de Estabelecimentos penitenciários próximos da fronteira. - Decidimos a implantação das três áreas (social, jurídica e religiosa) da Pastoral Penitenciária a nível Ibérico. Realizar-se-ão encontros anuais de formação de Voluntariado, reuniões de Coordenação e partilharemos boas práticas dos nossos Países Irmãos. - Alegramo-nos pelo grande apoio que têm mostrado os Senhores Bispos que estiveram presentes, como garantia do apoio que manifestam por este sector da vida pastoral da Igreja; e, igualmente, pelo estímulo dado aos Voluntários e Capelães das Prisões. A mesma gratidão e alegria para todos quantos prepararam o Encontro (Badajoz e Ciudad Rodrigo) e partilharam as suas experiências connosco; e também para a ICCPPC – Europa (Comissão Internacional para a Pastoral Penitenciária Católica-Europa) que integrou a realização deste Encontro nos seus planos de acção. Pe. José Sesma, Coordenador Nacional de Espanha Pe. João Gonçalves, Coordenador Nacional de Portugal Ciudad Rodrigo, 17 de Maio de 2008


Pastoral das Prisões