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Consagração a Nossa Senhora de Fátima do ministério do Papa Francisco

D. José Policarpo
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Virgem Santíssima,

1. Estamos a Vossos pés, os Bispos de Portugal e esta multidão de peregrinos, no 96.° aniversário da Vossa Aparição aos Pastorinhos, nesta Cova da Iria, para dar cumprimento ao desejo do Papa Francisco, claramente expresso, de Vos consagrar a Vós, Virgem de Fátima, o seu Ministério de Bispo de Roma e de Pastor Universal. Assim Vos consagramos Senhora, Vós que sois Mãe da Igreja, o Ministério do novo Papa: enchei o seu coração da ternura de Deus, que Vós experimentastes como ninguém, para que ele possa abraçar todos os homens e mulheres deste tempo com o amor do Vosso Filho Jesus Cristo. A humanidade contemporânea precisa de sentir-se amada, por Deus e pela Igreja. Só sentindo-se amada vencerá a tentação da violência, do materialismo, do esquecimento de Deus, da perda do rumo que a conduzirá a um mundo novo, onde o amor reinará. Dai-lhe o dom do discernimento para saber identificar os caminhos da renovação da Igreja; dai-lhe coragem para não hesitar em seguir os caminhos sugeridos pelo Espírito Santo; amparai-o nas horas duras de sofrimento, a vencer, na caridade, as provações que a renovação da Igreja lhe trará. Estai sempre a seu lado, pronunciando com ele aquelas palavras que bem conheceis: "Eu sou a Serva do Senhor, cumpra-se em Mim a Tua Palavra".

 

2. Os caminhos de renovação da Igreja levam-nos a redescobrir a atualidade da Mensagem que deixastes aos Pastorinhos: a exigência da conversão a Deus que tem sido tão ofendido, porque tão esquecido. A conversão e sempre um regresso ao amor de Deus. Deus perdoa porque nos ama. É por isso que o Seu amor se chama misericórdia. A Igreja, protegida pela Vossa solicitude maternal e guiada por este Pastor, tem de se afirmar, sempre mais, como Lugar da conversão e do perdão, porque nela a verdade exprime-se sempre na caridade.

Vós indicastes a oração como o caminho decisivo da conversão. Ensinai a Igreja, de que Sois membro e modelo, a ser, cada vez mais, um povo orante, em comunhão com o Santo Padre, o primeiro orante deste povo e também em comunhão silenciosa com o anterior Papa, Sua Santidade Bento XVI, que escolheu o caminho do orante silencioso, desafiando a Igreja para os caminhos da oração.

 

3. Na Vossa Mensagem aos Pastorinhos, aqui na Cova da Iria, pusestes em relevo o Ministério do Papa, "o Homem vestido de branco”. Três dos últimos Papas fizeram-se peregrinos do Vosso Santuário. Só Vós, Senhora, no Vosso amor maternal a toda a Igreja, podeis pôr no coração do Papa Francisco o desejo de ser peregrino deste Santuário. Não é algo que se lhe possa pedir por outras razões; só a cumplicidade silenciosa entre Vós e Ele o levara a sentir-se atraído por esta peregrinação na certeza de que será acompanhado por milhões de crentes, dispostos a ouvir de novo a Vossa Mensagem.

Aqui, neste Altar do mundo, ele poderá abençoar a humanidade, fazer sentir ao mundo de hoje que Deus ama todos os homens e mulheres do nosso tempo, que a Igreja os ama e que Vós, Mãe do Redentor, os conduzis com ternura aos caminhos da salvação.

Fátima, 13 de Maio de 2013

D. José Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa



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