Não há antes ou primeiro, nem um depois ou secundário. Trata-se duma única missão da Igreja que acontece no anúncio, na celebração, no compromisso e na vivência comunitária.
O passado ofereceu-nos o modelo predominante do ritualismo e sacramentalismo. As comunidades centralizavam a sua vida ao redor deste eixo que nem sempre dava consistência ou reconhecimento efectivo às outras dimensões.
Hoje a pastoral vale quando encerra as dimensões como igualmente prioritárias. Só que a vida tem uma nascente e a água deve chegar a todos os recantos do tecido eclesial.
A nascente é a Palavra que convoca, congrega, compromete, provoca comunhão e, por causa disso, dá um rosto novo à vida dos cristãos e das comunidades. Como seguidores de Cristo, o rosto visível de Deus feito Palavra, expressamos no mundo um estilo de vida que nos distingue.
Daí que a pastoral tem de ser Bíblica e isto acontece se nos deixamos encontrar pela Palavra, o dom que exige que abandonemos outras coisas, acolhendo-a. O que fazer para a acolher? Eis o caminho que teremos de discernir juntos. Temos, como Conselho Diocesano de Pastoral, os nossos cristãos e as nossas comunidades, diante de nós. Sabemos que já percorremos algum caminho neste deixar-se encontrar pela Palavra. Será suficiente? Não acredito.
Daí que conte com a vossa colaboração e sugestões. Vejamos como a Palavra poderá encher a Liturgia, motivar o compromisso eclesial e dar profundidade à nossa comunhão. A Arquidiocese espera um programa Pastoral interpelativo e motivador. Alguma novidade já acontece. Depois dum ano nas pegadas de Paulo, algo mais nos é solicitado. Não esqueçamos o “Tomar conta da Palavra para que tome conta de nós” e vejamos o caminho a percorrer para que a Arquidiocese, numa variedade grande de situações e respostas, se prepare e predisponha a acolher a Palavra como “mote” aglutinador de todas as sinergias.
Que a nota que preparei ajude a centralizar os objectivos, as estratégias e os meios para que a Pastoral seja Bíblica em todas as dimensões.
Conselho Diocesano de Pastoral, 14-02-09
D. Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga