Documentos

Eucaristia, fonte de comunhão

D. Albino Cleto
...

Nota pastoral do Bispo de Coimbra

O Concílio Vaticano II afirmou que a Eucaristia é "fonte e centro de toda a vida cristã". A comunidade crente encontra no memorial da Páscoa do Senhor o sentido da sua existência e a razão da sua missão. Redescobrir a sua identidade, valorizando a celebração comunitária da Eucaristia, foi o desafio lançado pelo Santo Padre João Paulo II a toda a Igreja, apelando à "grande responsabilidade que têm sobretudo os sacerdotes na celebração eucarística, à qual presidem in persona Christi, assegurando um testemunho e um serviço de comunhão não só à comunidade que participa directamente na celebração, mas também à Igreja universal", como refere na Encíclica "A Igreja vive da Eucaristia", n° 52. Reiterando esta necessidade, promulga o ano da Eucaristia para que a Igreja esteja "particularmente empenhada em viver o mistério da sagrada Eucaristia" tal como esclarece na Carta Apostólica "Fica connosco Senhor", n° 2, não esquecendo que são muitos os aspectos a valorizar, a cuidar e, algumas vezes, a purificar em ordem "à renovada consciência do tesouro incomparável que Cristo confiou à sua Igreja" (idem, n° 29). Tendo em conta estes documentos, a desejável adequação pastoral da Diocese à realidade actual e a reflexão feita pelo Conselho Presbiteral, em Março de 2005, que aponta para um aprofundamento e valorização das unidades pastorais, privilegiando-se o trabalho sacerdotal em equipa, o Bispo da Diocese aprova as seguintes orientações: 1.Procurem os sacerdotes integrar-se, quanto possível, numa equipa formada pelos presbíteros que servem o Arciprestado/Unidade Pastoral, identificando e potenciando as suas possibilidades de trabalho pastoral, nomeadamente: a) pela harmonização dos seus critérios pastorais com os da Diocese e da Igreja Universal; b) pela valorização da Eucaristia no processo catequético; c) pelo maior empenho, em reunião de Arciprestado/Unidade Pastoral, na promoção corresponsável da Eucaristia; d) pela valorização de momentos celebrativos, catequéticos ou outros, que sejam marcantes na pastoral conjunta do Arciprestado/Unidade Pastoral; e) pela marcação de períodos de férias de forma a assegurar, na medida do possível, a celebração da Eucaristia na área da equipa sacerdotal. 2.Proceda-se ao levantamento do número e horário das celebrações que se realizam, dominicalmente, em cada Arciprestado/Unidade Pastoral (Eucaristia e Celebração do Domingo na ausência do Presbítero). 3.Estabeleça-se um plano das celebrações da Eucaristia e das Celebrações do Domingo na ausência do Presbítero, aquelas que se justifiquem, no conjunto do Arciprestado/Unidade Pastoral, tendo em conta que: a) a Celebração do Domingo na ausência do Presbítero não pode ser confundida com a Sagrada Eucaristia, para não se desvirtuar a centralidade desta na construção comunitária; b) só poderá haver Celebração do Domingo na ausência do Presbítero onde seja possível, periodicamente, a celebração da Eucaristia; c) as Celebrações Dominicais na ausência do Presbítero "não podem realizar-se ao domingo naqueles lugares onde a Missa já foi ou será celebrada nesse dia"; d) deverá divulgar-se no Arciprestado/Unidade Pastoral o horário das celebrações da Eucaristia. 4. Deve garantir-se, ao Domingo, pelo menos uma celebração da Eucaristia com horário fixo e cuidadosamente preparada, em cada Arciprestado/Unidade Pastoral, em princípio na sede do Arciprestado. 5. Deve cuidar-se diligentemente a formação inicial e permanente dos Leigos investidos em serviços eclesiais, acompanhando a sua actuação prática nas comunidades cristãs, recorrendo a um Serviço Diocesano competente. 6. Programem-se alguns encontros de reflexão e formação que ajudem os sacerdotes a encontrar os meios que possibilitem a celebração da Eucaristia com o tempo e as condições necessárias a uma boa e digna celebração. D. Albino Cleto, Bispo de Coimbra


Diocese de Coimbra