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Jornadas Missionárias Nacionais: conclusões

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Conclusões

Jornadas missionárias 2012

Vaticano II: 50 anos, Missão, Memória e Profecia.

 

Nos dias 14 a 16 de setembro, reuniram-se no Centro Pastoral Paulo VI em Fátima, cerca de 300 pessoas nas Jornadas Missionárias Nacionais.

O tema escolhido, “Vaticano II, 50 anos, Missão, Memória e Profecia”, pretendeu ajudar a viver o  Ano da Fé numa perspetiva missionária.

A alma da Missão é o dom total de si mesmo, ao estilo e plenamente configurado com a Missão de Jesus. Ao missionário e à Igreja pede-se contemplação, fidelidade e entrega total ao anúncio do evangelho a todos.

O Concílio Vaticano II, convocado há 50 anos pelo beato João XXIII, foi uma lufada de ar fresco e apresentou à Igreja um documento ousado sobre a Missão. Um dos autores foi o jovem teólogo Ratzinger, atual papa Bento XVI. O Decreto Ad Gentes afirma que a Igreja é por natureza missionária (AG2) e, talvez por isso, todos os documentos do Concílio ganharam esta dimensão. Tal significou uma nova fundamentação teológica no amor fontal da Trindade que gerou uma mudança de paradigma da missão.

O documento que melhor traduz a receção do Decreto Ad Gentes em Portugal é a Carta Pastoral dos Bispos de 2010, “Como Eu vos fiz, fazei vós também”. Nela se retomam as intuições essenciais do Vaticano II: a Igreja existe para evangelizar e deve dar testemunho do evangelho; a Igreja local é a protagonista da evangelização junto de todos, batizados e não batizados; o contributo dos leigos é fundamental nas áreas onde só eles podem intervir e no voluntariado; o testemunho, o diálogo, o anúncio e a profecia são o novo rosto da Igreja missionária num mundo multicultural, multirreligioso e fragmentado social e economicamente; há necessidade de uma espiritualidade missionária que alimente uma atitude de vida de quem está disponível para ser enviado e partir.

A Missão hoje ajuda a construir uma Igreja testemunha do Evangelho, despojada de poder, assente no diálogo e na opção pelos mais pobres. Iniciativas como as geminações, voluntariado missionário, missões populares devem envolver crianças, jovens, adultos e idosos. É dando que se recebe e abrindo-se ao outro que se impede a asfixia das nossas comunidades cristãs.

D. Henri Teissier, bispo emérito da Argélia, testemunhou de viva voz e experiência feita a missão da Igreja num contexto 100% muçulmano. Falou da riqueza que é anunciar o Evangelho mesmo àqueles que não se querem converter. Partilhou experiências de testemunho radical como o dos monges trapistas de Tibhirine, martirizados em 1996, na Argélia. A Missão de presença e partilha de vida permite acolher o que os outros têm para nos dar da parte de Deus. O maior testemunho é dar a vida pelos não cristãos.

Esperamos que o próximo Sínodo sobre a Nova Evangelização traga à Igreja um novo dinamismo missionário.

Realizaram-se quatro workshop's, em simultâneo, sobre Missão e infância, Missão e Juventude, Missão e voluntariado, Missão e Igreja Local.

Foi dada a sugestão de que o domingo das Jornadas se torne progressivamente a Peregrinação Nacional da Missão.

Solidarizamo-nos com o papa Bento XVI em visita pastoral ao Líbano.

As próximas Jornadas Missionárias Nacionais decorrerão nos dias 20, 21 e 22 de setembro de 2013.

 

Fátima, 15 de setembro de 2012, memória de Nossa Senhora das Dores



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