Mensagem do Movimento Mundial dos Trabalhadores Cristãos para o 8 de Março de 2005, Dia Mundial das Mulheres
A Assembleia Geral do MMTC (Movimento Mundial dos Trabalhadores Cristãos), que se realizou em Maio de 2004, reafirmou a vontade dos Movimentos de darem continuidade ao seu compromisso activo com a Marcha Mundial das Mulheres.
O MMTC apoia plenamente as reivindicações da Marcha: “Contra a pobreza e pela partilha da riqueza, contra a violência feita às mulheres e pelo respeito da sua integridade física e mental”.
Como muitos homens e mulheres de todo o mundo, os membros do MMTC recusam todo o modelo de sociedade que despreza a mulher, que a marginaliza e não lhe reconhece os mesmos direitos que aos homens. Por isso, o MMTC denuncia o sistema de globalização selvagem actualmente em curso, que obriga 2/3 da população mundial (70% dos quais são mulheres e crianças) a viver na pobreza.
Não podemos aceitar que a maioria da população da nossa grande aldeia planetária continue a sofrer por causa do pagamento de uma dívida externa injusta, que já foi paga muitas vezes sob a forma de juros! Não aceitamos que os países ricos destruam o ambiente dos mais pobres através da extracção das riquezas naturais exploradas de maneira exagerada. Opomo-nos a uma globalização da economia que dá cada vez mais poder às multinacionais, que favorece a livre circulação de bens e de produtos do capital, enquanto priva do seu direito à liberdade de circulação as populações empobrecidas desta forma.
Face a todas estas injustiças, as mulheres são muitas vezes as primeiras a lançar-se na construção de modelos alternativos. Através de iniciativas tais como a Marcha Mundial das Mulheres, elas fazem ouvir uma crítica enérgica ao sistema patriarcal e capitalista que cria desigualdades entre os homens e as mulheres, entre os povos e no interior dos povos. Elas denunciam este sistema que agrava a pobreza e gera todo o tipo de violência.
A dinâmica da Marcha Mundial das Mulheres exprime-se também através de numerosos movimentos sociais portadores de alternativas políticas, tais como os Fóruns Sociais. Este grande movimento contribuirá, sem dúvida alguma, para a concretização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. O terceiro destes Objectivos consiste em promover, até 2015, a igualdade dos sexos e a emancipação das mulheres.
O MMTC alegra-se por ver que os dois últimos prémios Nobel da Paz foram atribuídos a mulheres: Shirin Ebadi, do Irão, em 2003 e Waangari Maathai, do Quénia, em 2004. A primeira pelo seu compromisso em favor da democracia e do respeito pelos direitos humanos, especialmente das mulheres e das crianças, no Irão e no mundo muçulmano. A segunda pelo seu trabalho de militante ecologista, especialmente na reflorestação das áreas desertificadas da África.
Neste dia 8 de Março de 2005, o MMTC presta homenagem a todas as mulheres e saúda o seu compromisso na família e na sociedade. O MMTC encoraja as mulheres e os homens solidários a continuarem o seu compromisso em favor do desenvolvimento duma sociedade igualitária. O futuro do mundo está nas suas mãos!
Conselho Executivo do MMTC
