É hoje celebrado em todo o mundo o DIA MUNDIAL DA CRIANÇA, uma tradição recentemente adquirida e que já faz parte das grandes comemorações anuais. Dia de alegria, dia de congregar milhares de crianças nas ruas em desfiles de actividades que lhes são dedicados. E também dia de chamar a atenção dos adultos para a beleza, encanto, ternura e sobretudo, para a imensa dignidade de cada uma das crianças do “aqui e agora”. É altura igualmente de nós, os adultos, Pais e Educadores, fazermos uma paragem e reflectirmos acerca de vários atentados contra aquelas que hoje celebramos na alegria. Damos alguns exemplos de graves e danosos atentados contra as crianças que as ultrajam e que são do nosso meio. Não preciso, infelizmente de me reportar à África ou à América Latina. Fico pelo nosso país, no nosso distrito. Eis alguns exemplos que deixarei sob a forma interrogativa:
- Quantas crianças são massacradas, todos os anos, ainda no seio materno, vítimas do aborto?
- Quantas crianças são negligenciadas, abandonadas e maltratadas pelos seus familiares, sobretudo pelos seus pais?
- Quantas crianças passam o dia todo sozinhas, “fechadas na rua”?
- Quantas crianças quereriam falar com os pais e que os pais lhes falassem e não o conseguem porque os pais acham mais importante ver a telenovela ou o relato do futebol, ou ficar na rua ou café a falar com os amigos?
- Quantas crianças não comem o que devem e como devem porque os pais não ganham o suficiente, estão desempregados ou gastam o pouco que auferem pelo seu trabalho de modo indiscriminado levados pelo consumismo?
- Quantas crianças são exploradas em trabalho clandestino, na prostituição ou no tráfico de drogas?
- Quantas crianças são mal amadas pelos pais em casa e pelos professores nas escolas?
- Quantas crianças gostariam de brincar como crianças mas não as deixam porque os pais querem fazer delas homens e mulheres miniatura?
- Quantas crianças gostariam que, pelo menos à noite, os pais lhes dessem um beijo de ternura?
- Quantas crianças?... Quantas crianças?...
Sim, quantas crianças só queriam que lhes dessem mais Amor e não prendas que as procuram comprar e não são testemunho de amor?
Neste DIA MUNDIAL DA CRIANÇA, que nós, os adultos, paremos um pouco a pensar nas perguntas que vos deixamos e noutras que, talvez tão importantes como as que listamos, ficaram por fazer.
