Mensagem do Presépio de Belém D. Manuel da Rocha FelÃcio 18 de Dezembro de 2007, às 11:39 ... D. Manuel FelÃcio, Bispo da Guarda Todos os anos o Natal nos oferece a oportunidade de contemplar a Beleza e o Mistério do Presépio de Belém. A manjedoira com o Menino, Nossa Senhora e S. José a contemplá-lo, os próprios animais por perto, parecendo querer associar-se, a serenidade e a paz que a noite inspira naquele campo de pastores, longe dos jogos de interesses próprios de ambientes palacianos – é este o quadro escolhido pelo próprio Deus para entrar no coração da Humanidade, fazendo-se um de nós, pobre com os pobres e amigo de todos, a começar pelos excluÃdos. O Filho Único de Deus nasce, de facto, fora da cidade, num curral de animais, porque não havia para ele lugar nas casas das famÃlias nem nas hospedarias. Passou despercerbido ao burburinho da cidade onde os populares se cruzavam, intensamente absorvidos pelos negócios e pela polÃtica (era tempo de recenseamento). Mas Ele tem uma palavra para dizer a todos, aos que estão dentro e aos que estão fora da cidade; aos bem incluÃdos no processo e nos programas do desenvolvimento, como também aos que deles ficam excluÃdos. É essa palavra dirigida a todos que nós queremos descobrir, este Natal, olhando para o Presépio montado em nossas casas, nos serviços públicos ou pelas ruas da nossa cidade. Uma palavra que denuncia o materialismo e consumismo de muitos, mas também anuncia o amor de Deus para todos; palavra que convida a participar na aventura de construirmos em conjunto uma sociedade mais humana e solidária. É particularmente palavra dirigida aos responsáveis pela condução da nossa vida pública, pedindo-lhes que olhem preferencialmente para os que são parentes pobres do desenvolvimento. E neste Natal estou a lembrar as legÃtimas queixas feitas recentemente pelos autarcas do Distrito da Guarda ao Sr. Presidnte da República, a lembrar-lhe o drama da desertificação humana dos nossos ambientes. Compreendemos que o Presidente da República tenha ficado sem palavras para responder, de imediato, com as medidas adequadas a esta situação preocupante. Mas já não compreendemos que a máquina da organização polÃtica, subordinada a interesses de crescimento económico fácil, não dê ouvidos a este apelo. Estamos, de facto, perante um drama de proporções alarmantes, que põe em risco a sobrevivência de muitas das nossas aldeias e obriga as populações locais a deixar as suas terras. Mas é também um drama que todo o paÃs precisa de sentir como seu, pois sem o desenvolvimento das potencialidades que nos são próprias todo o paÃs fica mais pobre e a qualidade de vida de todos os portugueses irremediavelmente prejudicada. A palavra do Menino de Belém é, por isso, também para que os polÃticos e outros responsáveis pela vida pública assumam a coragem de construir um futuro equilibrado para todo o nosso paÃs, de tal maneira que sejamos um paÃs e uma nação onde todos têm vez e voz. E consequentemente é necessário assumir a coragem de promover a discriminação positiva para as regiões mais pobres de meios promotores do desenvolvimento, como a nossa e com essa finalidade saber aproveitar a oportunidade única constituÃda pelo aproveitamento do Quadro de Referência Estratégico Nacional que vigora nos próximos seis anos. Que o Menino de Belém seja o grande presente deste Natal para todos os homens e mulheres de boa vontade, principalmente para aqueles de quem mais depende a defesa dos direitos de todos e a definição do futuro da nossa sociedade. Natal de 2007 +Manuel R. FelÃcio, Bispo da Guarda Natal Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...