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Moção «A Saúde em Portugal»

LOC/MTC
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XII Congresso Nacional da LOC/MTC

A saúde em Portugal Verifica-se a degradação sistemática do Serviço Nacional de Saúde, salientando-se a falta de médicos, enfermeiros, paramédicos e pessoal auxiliar o que provoca problemas em cadeia, como falta de médicos de família, listas de espera para consultas e intervenções cirúrgicas. Aumentam-se as taxas moderadoras, acabam-se as comparticipações para determinados meios de diagnóstico e terapêuticas, aumentam os medicamentos sem comparticipação, nomeadamente para doenças crónicas, os horários de consultas não são respeitados por muitos médicos. Vive-se uma tendência evidente para a destruição do Serviço Nacional de Saúde, tentando encaminhar-se toda a reorganização dos serviços de saúde para a privatização dos mesmos. Trinta e dois hospitais foram transformados em Sociedades Anónimas (SA) com uma condução de política económica comum de poupança de meios que inevitavelmente leva a uma diminuição da qualidade dos serviços prestados e será caminho aberto á entrada posterior de capitais privados. Novos hospitais estão planeados para serem entregues totalmente a entidades privadas com objectivos lucrativos. A gestão está a ser entregue a pessoas com “objectivos económicos” independentemente da sensibilidade para os problemas da saúde, e com ordenados elevadíssimos. A política da saúde continua a centrar-se nos hospitais quando todas as normas internacionais apontam para um investimento predominante nos cuidados de saúde primários, mais próximos dos cidadãos, mais eficazes, mais económicos e baseados numa medicina que põe a tónica no cidadão e na sua relação com os serviços, levando em linha de conta a sua história biográfica e a sua inserção social e familiar A lei 60/2003 que regula os cuidados de saúde primários vem igualmente abrir a possibilidade dos centros de saúde serem privatizados ou entregues á gestão de hospitais – o que já está a acontecer. Não se vislumbra como tais tendências políticas podem privilegiar a educação para a saúde e a medicina preventiva e como possam manter uma equidade de tratamento entre os cidadãos. A actual política da saúde é assim um total desastre para a maioria dos cidadãos em especial para os mais pobres. Perante tal situação exige-se: • Inversão do actual caminho de destruição do SNS. • Fortalecimento de um SNS público para todos e com qualidade. • Mais Centros de Saúde com atendimento permanente. • Médico de família para todos os utentes. • Redução do tempo de espera para consultas e intervenções cirúrgicas. • Diminuição das taxas moderadoras. • Maior número de meios de diagnósticos e terapêuticas com comparticipação. • Maior número de medicamentos comparticipados. • Melhores condições de trabalho e formação dos profissionais de saúde. • Mais informação aos utentes e familiares dentro das estruturas hospitalares. • Condições para que possam ser criadas Comissões de Utentes junto dos centros de saúde. Viseu, 12 de Junho de 2004


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