Nota Pastoral de D. Augusto César aos sacerdotes da Diocese de Portalegre-Castelo Branco D. Augusto César 05 de Agosto de 2003, às 11:41 ... Caros Padres, Venho visitar-vos, por este meio e convosco, exercitar a comunhão. Na verdade, a desolação que sentis resulta de um cenário indescritÃvel e do vosso zelo pastoral. Sinto-vos ao pé das comunidades e a partilhar a sua sorte. E, quando vos telefono, sinto a vossa comoção. Pois, se a perda da floresta representa, para muitos, uma pobreza cruel, a ameaça das casa e em alguns casos o próprio risco da vida levam ao desespero diante da impotência humana. Por outra parte, nessas situações, as pessoas exprimem revolta e dor à mistura, manifestando um certo descrédito institucional perante os escassos meios utilizados no combate à s chamas. E vós, com discernimento e fé, acompanhais e ajudais a manter a calma possÃvel, rezando ao Senhor que pode dominar as fúrias da natureza e, decerto, vai suscitando no coração das pessoas uma solidariedade abundante e a partilha de esforços e até de bens. Seguindo o vosso exemplo e inquieto por vós e pelo povo, saà pela Diocese além, ao encontro de muitos (nos lugares mais atingidos). E vi em extensão o que as imagens da televisão mostram parcelarmente: incêndios por toda a parte... terra queimada a um e outro lado da estrada e a perder de vista... e um toldo de fumo que cobre as povoações e o campo. Um panorama profundamente desolador! Diante disto, caros padres, cabe-nos falar a linguagem dos profetas: gerando uma corrente de confiança que liberte, pouco a pouco, do desânimo; suscitando, por toda a parte, uma atitude cristã de solidariedade, sobretudo para com os idosos e os mais atingidos pelo fogo; motivando a imaginação em ordem ao futuro, através da aceitação de subsÃdios e de normas mais adequadas à renovação da floresta; e rezando com a comunidade para criar mentalidades e para que ninguém esmoreça na solidão ou por falta de ajuda fraterna. Pois os cristãos, não sendo nem mais nem menos, devem mostrar-se disponÃveis e atentos à oração do Pai Nosso. Por outra parte, criem-se núcleos-caritas com a participação de jovens, a fim de dar respostas à s urgências mais prementes. Mesmo que para isso seja preciso fazer algum ofertório local. Pois estamos diante duma singular oportunidade para reflectir adequadamente a pastoral da Caridade. E a Igreja diocesana será solidária com todos. Deus abençoe o vosso esforço e sentido apostólico das vossas vidas. Portalegre, 3 de Agosto de 2003. D. Augusto César Incêndios Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...