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Nota pastoral do Bispo de Angra sobre as vítimas dos incêndios em Portugal

D. António de Sousa Braga
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"Peço que até ao fim de Setembro se promova, nas Missas de um Domingo, um ofertório em favor dos sinistrados dos incêndios"

Às comunidades paroquiais Nós açorianos não podemos ficar indiferentes perante a situação de calamidade nacional, provocada pelos incêndios, que deflagraram pelo País. Estamos longe, mas conhecemos por experiência os efeitos devastadores das catástrofes naturais na vida das comunidades. A hora é de solidariedade e de partilha. Associamo-nos, pois, à Campanha Nacional - «Caritas Ajuda Portugal» - no sentido de garantir o apoio imediato às famílias sinistradas. Houve quem perdeu entes queridos. E milhares de pessoas ficaram sem haveres. Recomendo, portanto, às comunidades paroquiais que divulguem o mais possível a Campanha, pelos meios considerados mais oportunos. Há uma conta aberta na Caixa Geral de Depósitos: n.º 0697602410830, com o NIB 003506970060241083071. Peço igualmente que, até ao fim de Setembro, se promova, nas Missas de um Domingo à escolha, um ofertório em favor dos sinistrados dos incêndios. O donativo deve ser enviado para: Caritas Diocesana, Rua do Barcelos, 23 9700-026 Angra do Heroismo. Esta encaminhará os donativos recebidos para a Caritas Nacional, que, por sua vez os porá à disposição das Caritas Diocesanas das zonas sinistradas. Interessa que o apoio chegue, o mais rapidamente possível, às pessoas que precisam. A Caritas, estando no terreno, dá essa garantia. Perante uma tragédia de tais dimensões, importa tirar as devidas ilações, com vista a uma adequada prevenção e a um desenvolvimento harmonioso do todo nacional. Mas, neste momento, numa atitude de verdadeira solidariedade, que deve distinguir todo o bom cidadão e o cristão autêntico, temos de nos dar as mãos, para socorrer quem perdeu tudo. Sem desresponsabilizar o Estado pelas suas obrigações, cada cidadão tem de sentir o dever de contribuir, para minorar o sofrimento de tantas famílias, que, de um momento para o outro, viram reduzido a cinzas o fruto de uma vida inteira de trabalho. Isso é exercício de cidadania responsável. E é também pelos gestos concretos de solidariedade e de partilha, que passa a autenticidade da nossa fé cristã, como afirma S. Tiago: «De que aproveitará, irmãos, a alguém dizer que tem fé, se não tiver obras? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano e um de vós lhe disser: Ide em paz, aquecei-vos e saciai-vos, sem lhes dar o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, é morta em si mesma» (Tg 2, 14-17). Angra, 07 de Agosto de 2003. + António, Bispo de Angra


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