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Nota Pastoral do Bispo do Algarve sobre os incêndios florestais

D. Manuel Madureira Dias
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Caro amigo e irmão, Todos temos sido testemunhas, nestes últimos dias, da calamidade que vem assolando o País. Os incêndios, com todas as suas sequelas irremediáveis, tornaram-se um verdadeiro flagelo, em muitas Dioceses, nossas irmãs. Sem entrarmos em considerandos sobre as causas de tais desgraças, devidas, na sua grande maioria, a descuidos ou maldades do homem, importa abrir o nosso coração às vítimas, sobretudo àquelas que perderam os seus bens e até pessoas do seu agregado familiar. A Cáritas diocesana, em comunhão com a Cáritas Nacional, e outras Cáritas de diversas dioceses, está empenhada em ir em auxílio daqueles que perderam a casa e outros bens de primeira necessidade. Por isso sintoniza inteiramente com a campanha nacional designada por «Cáritas Ajuda Portugal», com o apoio da Rádio Renascença. Nesse sentido, faço um apelo a todos os fiéis cristãos e a todos os homens de boa vontade da nossa querida Igreja do Algarve, para que depositem as suas ofertas na conta aberta na Caixa Geral de Depósitos, com o nº 0697602410830. Além disso, peço ainda uma pequena renúncia a todas as comunidades paroquiais, enquanto tais: que encaminhem, para o mesmo fim, as ofertas dos fiéis, feitas nos ofertórios das Missas do próximo dia 15 deste mês. Aproveito esta oportunidade para manifestar o meu apreço e o de todos os cristãos do Algarve, aos generosos «soldados da paz» pelo que de melhor souberam dar em prol das pessoas e dos seus bens, em suas actuações heróicas, frente aos fogos deste Verão. Estes acontecimentos, tão lamentáveis, lesivos duma riqueza natural e humana, que é património comum dos portugueses, oferecem-nos um sério e profundo motivo de reflexão: A nossa condição humana é de natureza social, não vivemos sós neste mundo, o património é de todos e ninguém tem o direito de directa ou indirectamente contribuir para o desencadear destes flagelos; tratar, com prudência, da limpeza das matas e dos espaços contornantes às casas de habitação; não deixar lixo inflamável acumulado em locais de risco; não fazer fogo em lugares de fácil propagação…é obrigação grave de todos nós. A prudência aconselha a ter cuidado redobrado, nestes tempos de tanto calor e de tantas «festas». A tradição, espalhada um pouco pelo mundo, da queima de fogo, mais ou menos abundante, nas festas do Verão, motiva-nos a todos a ter um grande cuidado com o seu uso. E por que não reduzi-lo drasticamente e encaminhar o seu custo para as vítimas dos «outros fogos»? Agradeço dê conhecimento desta NOTA aos seus paroquianos, a quem saúdo fraternalmente. Um abraço fraterno, Faro, 05 de Agosto de 2003 D. Manuel Madureira Dias


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