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Olhar para o outro com esperança

Comunidade de Taizé
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Meditação do Irmão Roger

Rezamos em comunhão com as vítimas do desastre na Ásia. Espírito Santo, consola os povos da Ásia nesta sua provação. No evangelho, São João exprime em poucas palavras quem Deus é: «Deus é amor». O que Deus nos pede antes de mais é que saibamos acolher o seu amor com simplicidade. Durante estes dias passados em Lisboa, será que chegaremos a alcançar o que de profundo tem esta realidade? Claro que em cada uma das nossas vidas há provações, por vezes graves. Também há provações nas sociedades humanas. Mas é possível fazer uma descoberta. Que descoberta? Deus diz a cada um: «Mesmo que tu estejas no desespero mais profundo, eu permaneço junto de ti, carrego a provação contigo. Abandona-te com muita simplicidade ao meu Espírito Santo.» Sim, Deus é amor. Deus não pode senão amar. Nisso reside todo o Evangelho. Ontem à noite, dizia-vos: Deus convida-nos a amar como ele nos ama. Mas o que significa amar? Será ter uma infinita bondade de coração, chegar a esquecermo-nos de nós próprios pelos outros? Sim, é mesmo isso. Mais ainda: amar, é perdoar. E perdoar faz brotar uma primavera da alma. Aí encontramos uma das fontes da alegria. Torna-se então possível olhar para o outro com esperança. E podemos discernir no outro rastos de luz, sem perdermos tempo com as sombras. Uma das primeiras testemunhas de Cristo, Paulo, escreveu estas palavras surpreendentes: «Se tivéssemos o dom de falar em nome de Deus, se tivéssemos uma fé capaz de transportar montanhas, se no nosso coração não tivermos o amor, isso não serve para nada.» Quando perdoamos podemos encontrar resistências em nós. Não nos é muito fácil viver esta pura realidade do Evangelho. Será que iremos até ao nosso último fôlego para perdoar, quando nos magoaram, por vezes humilhando-nos? Poderá acontecer que o nosso perdão não seja aceite. O Evangelho não permite hesitações, convida a uma bondade que não está à espera de compreensão. Convida a perdoar sempre de novo. Sim, quando o amor em nós é antes de mais perdão, o coração, mesmo posto à prova, pode voltar a viver. Ir. Roger Na oração de dia 30 de Dezembro participaram D. Manuel Clemente, Bispo auxiliar de Lisboa; D. Manuel Pelino, Bispo de Santarém; D. Albino Cleto, Bispo de Coimbra; o Pe. José Salvador, da Igreja Presbiteriana; o Pe. Alexandre Bonito, do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla; Monsenhor Henryk Tomasik pela Conferência Episcopal da Polónia; Monsenhor Jesus Juarez de El Alto, Bolívia; e António Carmona Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa.


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