Rezamos em comunhão com as vítimas do desastre na Ásia. Espírito Santo, consola os povos da Ásia nesta sua provação.
No evangelho, São João exprime em poucas palavras quem Deus é: «Deus é amor». O que Deus nos pede antes de mais é que saibamos acolher o seu amor com simplicidade. Durante estes dias passados em Lisboa, será que chegaremos a alcançar o que de profundo tem esta realidade?
Claro que em cada uma das nossas vidas há provações, por vezes graves. Também há provações nas sociedades humanas. Mas é possível fazer uma descoberta. Que descoberta?
Deus diz a cada um: «Mesmo que tu estejas no desespero mais profundo, eu permaneço junto de ti, carrego a provação contigo. Abandona-te com muita simplicidade ao meu Espírito Santo.»
Sim, Deus é amor. Deus não pode senão amar. Nisso reside todo o Evangelho.
Ontem à noite, dizia-vos: Deus convida-nos a amar como ele nos ama. Mas o que significa amar? Será ter uma infinita bondade de coração, chegar a esquecermo-nos de nós próprios pelos outros? Sim, é mesmo isso.
Mais ainda: amar, é perdoar. E perdoar faz brotar uma primavera da alma. Aí encontramos uma das fontes da alegria.
Torna-se então possível olhar para o outro com esperança. E podemos discernir no outro rastos de luz, sem perdermos tempo com as sombras.
Uma das primeiras testemunhas de Cristo, Paulo, escreveu estas palavras surpreendentes: «Se tivéssemos o dom de falar em nome de Deus, se tivéssemos uma fé capaz de transportar montanhas, se no nosso coração não tivermos o amor, isso não serve para nada.»
Quando perdoamos podemos encontrar resistências em nós. Não nos é muito fácil viver esta pura realidade do Evangelho. Será que iremos até ao nosso último fôlego para perdoar, quando nos magoaram, por vezes humilhando-nos?
Poderá acontecer que o nosso perdão não seja aceite. O Evangelho não permite hesitações, convida a uma bondade que não está à espera de compreensão. Convida a perdoar sempre de novo.
Sim, quando o amor em nós é antes de mais perdão, o coração, mesmo posto à prova, pode voltar a viver.
Ir. Roger
Na oração de dia 30 de Dezembro participaram D. Manuel Clemente, Bispo auxiliar de Lisboa; D. Manuel Pelino, Bispo de Santarém; D. Albino Cleto, Bispo de Coimbra; o Pe. José Salvador, da Igreja Presbiteriana; o Pe. Alexandre Bonito, do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla; Monsenhor Henryk Tomasik pela Conferência Episcopal da Polónia; Monsenhor Jesus Juarez de El Alto, Bolívia; e António Carmona Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa.