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Promover a saúde mental, acolhendo a pessoa doente

Pe. Vítor Feytor Pinto
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Portugal prepara celebração do Dia Mundial do Doente

1. O Dia Mundial do Doente Desde 1992, e por vontade expressa do Papa João Paulo II, celebra-se em toda a Igreja, a 11 de Fevereiro, o Dia Mundial do Doente. É um dia consagrado à reflexão e à oração, a reflexão sobre um tema que, em Pastoral da Saúde, se considere importante para a acção a desenvolver, e oração pelos doentes e pelos profissionais de saúde que, nalguns casos, têm tarefas bem difíceis: - O Dia Mundial do Doente tem sempre uma celebração de carácter internacional, a partir de um Santuário Mariano. Em 2006, porém e na impossibilidade deste grande acontecimento pastoral se viver na Nova Zelândia, foi escolhida a cidade de Adelaide, na Austrália, para congregar os agentes pastorais que trabalhem na área da saúde, no Extremo Oriente. Em Adelaide há um grande santuário dedicado a S. Francisco Xavier. Será então, na Catedral de Adelaide que decorrerão as várias iniciativas para a celebração do Dia Mundial do Doente em 2006. - Escolhe-se anualmente um tema internacional que se sugere para todas as estruturas de pastoral da saúde no mundo. Este ano, o Conselho Pontifício escolheu como tema: “Saúde mental e física, durante toda a vida”, mas toda a reflexão proposta se centra na saúde mental que assume um relevo muito especial no nosso mundo. De facto, hoje, há 450 milhões de pessoas afectadas por problemas mentais, neurológicos ou comportamentais e são cerca de 873 mil as pessoas que se suicidam em cada ano. O desequilibro mental constitui uma autêntica emergência social e no campo da saúde. - Alguns números: 25% dos países não têm legislação suficiente nesta área da saúde; 45% não têm uma política definida para a saúde mental; em mais de 25% dos centros de saúde, os doentes não têm acesso aos medicamentos psiquiátricos fundamentais; 70% da população dispõe de menos de um médico psiquiatra por 100.000 habitantes; as perturbações mentais afectam com maior frequência as populações desfavorecidas sob o ponto de vista intelectual, cultural e económico. Milhões de pessoas são obrigadas a sofrer no corpo e no espírito as consequências de uma alimentação deficiente, de conflitos armados, de catástrofes naturais, com as normais consequências de morbilidade e mortalidade. É por tudo isto que se impõe também a urgência de uma acção preventiva, na área da saúde mental, uma verdadeira educação para a saúde. Neste contexto e porque se agravam os problemas de saúde mental no mundo contemporâneo, neste Dia Mundial do Doente, os cristãos são convidados a reflectir e a agir, na prevenção e no acompanhamento dos doentes que sofrem estas perturbações. 2. “Promover a saúde mental, acolhendo a pessoa doente” foi o slogan escolhido pela Comissão Nacional da Pastoral da Saúde para viver o Dia Mundial da Saúde em Portugal. Toda a reflexão se centra em duas perspectivas da acção pastoral: a prevenção e o acolhimento, a prevenção das doenças pelo convite a um estilo saudável de vida, e o acolhimento dos doentes que, atingidos na sua saúde mental, são muitas vezes marginalizados, numa autêntica exclusão social. - Hoje há inúmeras situações que se inserem na área das doenças mentais: a depressão a que inúmeras pessoas estão sujeitas e que incapacitam para a acção e causam uma angústia destruidora da alegria de viver; as dependências com a normal perda da liberdade, provocadas muitas vezes pelo consumo de produtos psicotrópicos que perturbam completamente a vida pessoal e social dos indivíduos, dependência nascida do consumo do álcool, da droga, dos fármacos lícitos, sempre inibidoras de uma consciência livre e responsável; o alzheimer, sucedâneo da demência senil muitas vezes precoce, hoje quase doença da moda e que empobrece terrivelmente a capacidade de relação, essencial a uma vida saudável; as obsessões que comprometem um normal projecto de vida, porque obrigam a constantes regressos; e não se fala já dos histerismos, das esquizofrenias, e das tentativas de suicídio, tudo doenças mentais de extrema gravidade e que, nos dias de hoje, se multiplicam de uma forma assustadora. - A Igreja tem, no mundo de hoje, uma responsabilidade acrescida no tratamento e acompanhamento destes doentes. Curiosamente, foi em Portugal que nasceu a acção pastoral junto destas pessoas com problemas mentais. No Século XVI, São João de Deus, nascido em Montemor-o-Novo, foi o iniciador de um trabalho atento junto dos “loucos” que se perdiam pelas ruas de Granada. Ele próprio foi considerado um louco, mas iniciou um trabalho de assistência absolutamente inovadora, expressão da grande misericórdia de Deus para com os seus filhos que mais sofrem. São João de Deus foi o fundador da Ordem Hospitaleira de São João de Deus e São Bento Menni foi o fundador da Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus. Estas duas Instituições Religiosas da Igreja têm em Portugal 21 Hospitais, Casas de Saúde e Clínicas de apoio terapêutico e pastoral às pessoas com enfermidades na área da saúde mental. Vale a pena conhecer estes dois Institutos de serviço à saúde mental. A Ordem Hospitaleira S. João de Deus A Ordem Hospitaleira de S. João de Deus tem origem na acção e exemplo de vida de S. João de Deus que, em 1538, em Granada (Espanha), iniciou a nova maneira de tratar e acolher os pobres, os doentes e os necessitados, sendo por isso um marco importante na história da medicina. Hoje, a Ordem Hospitaleira encontra-se em 51 países do mundo e das suas 294 obras assistenciais, 44 são dedicadas exclusivamente à Saúde Mental. Em 1606, há 400 Anos, os Irmãos de S. João de Deus vêm para Montemor-o-Novo e, na terra natal do seu fundador, iniciam a expansão da Ordem em Portugal. Tiveram um importante papel no que diz respeito aos cuidados de saúde nos hospitais militares. Desde o final do Sec. XIX, perante as necessidades sentidas, os irmãos centraram a sua acção na prestação de cuidados na área da Psiquiatria e Saúde Mental. Actualmente os Irmãos estão presentes em 8 Centros Assistenciais, dos quais 6 se dedicam à Psiquiatria e Saúde Mental, assim como outras áreas de actuação que lhe estão ligadas, como as Dependências, a Psicogeriatria, a Reabilitação Psicossocial e os Sem-Abrigo representando 40% do número de camas no Continente e 50% nos Arquipélagos dos Açores e Madeira. As Irmãs Hospitaleiras A Congregação de Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus foi fundada em Ciempozuelos (Madrid-Espanha), no ano 1881, por S. Bento Menni, sacerdote da Ordem de S. João de Deus, juntamente com María Josefa Recio e María Angustias Giménez, escolhidos por Deus para se dedicarem às pessoas que sofrem de perturbações mentais, aliando dois critérios fundamentais na sua intervenção: caridade e ciência. O nome Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus é expressão do carisma da Congregação, pois a sua razão de ser na Igreja é o exercício da caridade hospitaleira, vivida em estado de consagração religiosa, segundo o modelo de caridade perfeita, Cristo, simbolizada no seu Coração. A Congregação actualmente está presente em 24 países de quatro continentes: Europa, América, África e Ásia. Efectivamente, 1.220 religiosas e 7.891 colaboradores tornam possível a implantação e desenvolvimento da missão apostólica da Congregação em todos estes países, proporcionando aos doentes uma oferta de saúde integral que engloba os aspectos físicos, psíquicos, sociais e espirituais. Em Portugal, a Congregação está a trabalhar desde 1894 com a fundação da Casa de Saúde da Idanha. Realiza a missão hospitaleira em 12 estabelecimentos de saúde, dos quais 8 se situam no Continente e 4 nas Regiões Autónomas, disponibilizando um total de 2.085 camas. Desenvolve a sua intervenção assistencial nas áreas de psiquiatria, psicopedagogia, psicogeriatria, gerontopsiquiatria, toxicodependência e reabilitação psicossocial. 192 religiosas e 1.574 colaboradores, vivendo e realizando hospitalidade, dão corpo ao projecto hospitaleiro entre nós, assistindo 5.706 doentes a nível de internamento, em estruturas comunitárias (14 residências de vida protegida, apoiada e autónoma e 4 centros de reabilitação e reintegração sócio-profissional) e em ambulatório, acompanhando 8.782 pessoas. - Nas comunidades paroquiais há, também, um trabalho pastoral a desenvolver na área da saúde mental. A nível da prevenção é necessário educar as crianças e os jovens para um estilo saudável de vida e educar os adultos para superar o “stress” em que, habitualmente, estão envolvidos. A nível do acompanhamento é necessário conhecer os casos de depressão, de toxicodependência, de alzheimer, de psicogeriatria (velhice e solidão), de desequilíbrios psicosomáticos de que podem resultar patologias mentais. Este acompanhamento contraria as marginalizações e permite organizar um apoio sistemático a pessoas doentes e às suas famílias que, nesta área, sofrem de uma forma acrescida. A Pastoral da Saúde, através dos seus núcleos paroquiais tem uma acção de grande importância junto destas pessoas que tanto sofrem. Compreende-se, tendo tudo isto em atenção, como é importante o slogan escolhido para a celebração do Dia Mundial do Doente em Portugal: “Promover a saúde mental, acolhendo a pessoa doente”. 3. A Mensagem do Papa Bento XVI Como fazia João Paulo II, também Bento XVI envia a todas as comunidades a Sua mensagem, por ocasião do Dia Mundial do Doente, inserindo-se no tema “Saúde mental e física, durante toda a vida”. Respiga-nos algumas passagens da mensagem que, pela sua importância, se tornam motivadoras de um trabalho de acolhimento às pessoas com problemas, na área da saúde mental. O compromisso das comunidades cristãs - “Quero estar presente, espiritualmente, diz o Papa, na Jornada Mundial do Doente, para deter-me a reflectir, em sintonia com os participantes, sobre a situação dos enfermos mentais no mundo e solicitar o compromisso das comunidades eclesiais, dando testemunho da terna misericórdia do Senhor”. Crise de valores morais - “Em muitos países, continua o Papa, os especialistas reconhecem como origem de novas formas de transtorno mental, a influência negativa da crise de valores morais. Isto aumenta o sentido da solidão, perturbando e mesmo desagregando as tradicionais formas de coesão social, começando pela instituição da família e marginalizando os enfermos, sobretudo os mentais, com frequência considerados um peso para a família e para a comunidade”. O risco de exclusões e a dificuldade das terapias - “O contexto social, diz ainda Bento XVI, nem sempre aceita os enfermos da mente, com as suas limitações. Também por este motivo, é difícil conseguir os necessários recursos humanos e financeiros. Adverte- se a necessidade de integrar melhor o binómio “terapia adequada” e “nova sensibilidade frente à dificuldade”, de modo que se permita, aos agentes do sector, sair com mais eficácia ao encontro dos enfermos e das famílias que, por si só, não têm a capacidade de seguir adequadamente os seus familiares em dificuldade. A próxima Jornada Mundial do Doente é uma circunstância para manifestar solidariedade às famílias que têm a seu cargo pessoas com doenças mentais”. A cultura do acolhimento e a capacidade de partilha- “A Igreja, especialmente através dos capelães hospitalares e párocos, não deixará de oferecer aos doentes mentais e suas famílias a ajuda de que precisam, já que está totalmente convencida de que é chamada a manifestar o amor e a solicitude de Cristo para com os que sofrem e os que se ocupam deles”. Aos agentes pastorais e aos voluntários, o Papa recomenda ainda a cultura do acolhimento e da capacidade de partilha, para ser possível respeitar e promover a dignidade destes irmãos doentes. Como o Bom Samaritano- A terminar, Bento XVI, “pede à Virgem Santa Maria que conforte os que estão marcados pela enfermidade e sustente os que, como o Bom Samaritano, suavizam as chagas corporais e espirituais”. Esta mensagem de Bento XVI dirige-se a todas as comunidades cristãs, inseridas ou não numa unidade hospitalar. Quer num hospital, quer em suas casas, os enfermos com problemas mentais e as suas famílias devem ser apoiados com todas as ajudas de que carecem, sejam apoios sociais, seja o conforto espiritual, mesmo da oração e dos sacramentos. 4. Elementos a ter em conta para celebrar nas nossas comunidades (hospitais ou paróquias) o Dia Mundial do Doente, sob o tema “Promover a saúde mental – acolhendo a pessoa doente”. a) A solidão é certamente o maior problema das pessoas com deficiências mentais. Ao doente mental, todos o abandonam, mesmo as famílias e os amigos mais próximos. A esta atitude tão comum nos nossos ambientes sociais, o cristão responde com tempos de acolhimento. Acolher é compreender e aceitar a diferença, comunicar o necessário para uma relação gratificante, estimular as energias latentes que, apesar da doença, a pessoa pode manifestar. b) As famílias estão muito marcadas pela dificuldade que comporta uma assistência permanente, pela incapacidade de relação, pela falta de formação específica, pela pobreza de recursos. No meio de um enorme cansaço, precisam de apoios organizados. Os voluntários em saúde e os núcleos paroquiais podem aliviar as famílias, substituindo-as depois do tempo de esforço em que se esgotaram. Estes apoios passam pela presença organizada, pelas pequenas tarefas caseiras, pela estadia à cabeceira do doente para a família poder descansar ou mesmo ter uns dias de férias. c) A assistência clínica e os apoios sociais são certamente os elementos mais importantes e que nunca podem negligenciar-se. No hospital, a presença dos médicos e dos enfermeiros é fácil. O mesmo não acontece quando os doentes estão em sua casa, com a necessidade de apoio domiciliar. Mas é importante que este apoio se consiga, com profissionais de saúde amigos, integrando um voluntariado em saúde suficientemente eficaz. A Pastoral Social e a Pastoral da Saúde, sobretudo nas comunidades paroquiais, devem trabalhar em conjunto. O Centro Social fornece o apoio social indispensável ao doente e à sua família. O Núcleo Paroquial de Pastoral da Saúde oferece a ajuda espiritual e mesmo sacramental de que o doente e a família necessitam. É um trabalho conjunto, de áreas inseparáveis. Assim se consegue o que poderia chamar-se uma assistência integral. d) As políticas de assistência, em saúde mental, são insuficientes, o que coloca a Igreja na primeira linha desta intervenção em saúde. O próprio Santo Padre alertava para isso na Sua mensagem para o Dia Mundial do Doente: “lamentavelmente em muitas partes do mundo, os serviços a favor destes doentes são carentes, insuficientes e em ruína”. Se tal não acontece em Portugal, há no entanto uma mentalidade de inserção dos doentes mentais na comunidade que os torna pessoas perdidas no meio da “cidade”. É também considerando este facto, que a Igreja tem nas comunidades paroquiais, responsabilidades acrescidas. A Igreja tem 21 hospitais que estão especializados em saúde mental, trabalho magnífico da Ordem de S. João de Deus e das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, mas há muitas outras pessoas com problemas nesta área e que vivem nas comunidades cristãs. Acolhê-las, escutá-las, ajudá-las e integrá-las comunitariamente é um dever para a pastoral da saúde nas nossas paróquias. e) Uma acção pastoral organizada. A saúde mental merece uma atenção especial das comunidades cristãs. Há inúmeras pessoas com depressão, aparecem muitos dependentes do álcool e da droga, os idosos sofrem a síndrome da solidão, as pessoas com idade muito avançada revelam sintomas de alzheimer, vêm à Igreja alguns doentes com sinais de esterismo e de esquizofernia. O que fazer? - Procurar conhecer os casos que merecem especial atenção da parte do centro social e de pastoral da saúde; saber como as famílias acompanham as situações de doença. - Visitar estas famílias e tentar apoiá-las, na medida do possível, para que sintam que não estão sós na ajuda ao doente que está em casa. Será interessante, encontrar formas que permitam aos familiares terem horas de descanso ou mesmo tempos de férias, para se restabelecerem. Definir claramente o tipo de assistência social e espiritual, respeitando a consciência do doente e da sua família e proporcionando companhia, serviços ou auxílios espirituais na medida em que estas ajudas são pedidas e aceites. - Criar grupos de oração e mesmo de catequese em que estas pessoas se sintam bem. É uma forma de socialização, de quebra do isolamento, aproveitando também para o enriquecimento espiritual e sobrenatural dos enfermos e seus familiares e amigos. - Integrar estas pessoas de uma forma normal na vida litúrgica da comunidade cristã. A normalidade é a marca de uma celebração em que todos têm lugar, mesmo aqueles que têm problemas na área da saúde mental. 5. O Dia Mundial do Doente em Portugal Deixam-se algumas sugestões para a celebração desta data que anualmente se repete, mas que tem em cada ano uma especificidade. Em 2006, a Pastoral da Saúde centra-se na saúde mental e, sobretudo, no acompanhamento das pessoas que têm problemas de saúde mental e seus familiares. a) A celebração da Eucaristia, na televisão, a 12 de Fevereiro. A 12 de Fevereiro, a RTP1 transmitirá às 11 horas a Eucaristia da Clínica Psiquiátrica de S. José. Esta Eucaristia presidida por S. Em.cia o Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa, será celebrada, em acção de graças, pelos 50 anos de Clínica Psiquiátrica que nesse dia se comemora. Esta clínica é orientada pelas Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus. b) Uma catequese sobre a saúde mental cujo esquema poderá ter estes elementos: - Reflectir sobre o que é a saúde, enquanto harmonia integral do ser humano; se o que conta não é apenas o bem estar físico, então também a saúde mental se torna essencial para a felicidade da pessoa humana. - Procurar conhecer os problemas da saúde mental mais frequentes: a depressão, as dependências, o alzheimer, a demência senil e tantos outros. E quais são as suas causas e consequências, na vida do doente e na vida da comunidade? - No Evangelho, qual a atitude de Jesus perante os doentes mentais? No tempo de Jesus, muitas das doenças mentais eram consideradas possessões diabólicas. Se em alguns casos se tratava mesmo de possessões, na sua grande maioria não o eram, pelo que as novas traduções do Evangelho citam muitas vezes os doentes mentais que Jesus acolhia, ouvia e curava (cf.Mt.4.23) - Na atitude de Jesus encontramos a atitude pastoral, em pastoral da saúde, acolher, escutar, cuidar: Acolher e compreender os doentes e suas famílias na sua diferença; Escutar com a ternura e a atenção a que estes doentes têm direito; Cuidar fisica, psiquica e espiritualmente para que tenham a suficiente qualidade de vida, a vida em abundância. - Ensaiar formas de introduzir estes doentes na vida da comunidade cristã. Estes doentes são pessoas com direitos e deveres. Devem ser ajudados a assumir-se como pessoas. • Estes doentes não podem ser marginalizados e excluídos, uma vez que a solidão agrava as suas patologias. • Estes doentes deverão ser integrados na vida normal da comunidade, embora mereçam um enquadramento com especial atenção se necessário. • Estes doentes podem participar na oração e na vida sacramental, pelo que deverão ser ajudados a fazê-lo. • Estes doentes devem ser amados por todos os membros da comunidade que, com eles e as suas famílias, valorizam o viver comum. A catequese pode sempre terminar com uma oração espontânea, também aberta aos doentes que nela participarem. 6. O Dia Mundial do Doente nas Dioceses Cada Diocese é autónoma e define como quer celebrar o Dia Mundial do Doente. Sugerem-se várias actividades: a) Uma mensagem do Bispo Diocesano, para todos os doentes, profissionais de saúde e agentes pastorais, referindo a temática do dia e a forma de a viver na prática pastoral. b) A celebração da Eucaristia num hospital e, se possível, num hospital ou clínica psiquiátrica que exista na Diocese. Esta Eucaristia poderá ser presidida pelo Bispo Diocesano. c) Afixação de cartazes do Dia Mundial do Doente e distribuição do material de apoio que se fornece. Podem multiplicar-se estes elementos, fotocopiando-os. d) Uma conferência ou um debate inter-disciplinar sobre a assistência terapêutica, social e religiosa a dar aos doentes com problemas de saúde mental e seus familiares. Na autonomia que lhe é própria, a Comissão Diocesana da Pastoral da Saúde realizará o programa que achar necessário, para interessar no campo da saúde mental todas as comunidades cristãs da Diocese. Mons. Vítor Feytor Pinto, Coordenador da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde


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