Santa Isabel da Hungria (1207-2007) Frei HermÃnio Araújo 19 de Novembro de 2007, às 15:43 ... Igreja celebra os 800 anos do nascimento de uma das mulheres mais extraordinárias da Idade Média 1. Santa Isabel da Hungria nasceu em 1207 e morreu em 1231, com 24 anos vividos com grande intensidade. Isabel aparece nas páginas da história como Princesa da Hungria, Grande Condessa da TurÃngia e Penitente Franciscana. A sua memória litúrgica é no dia 17 de Novembro. Filha do Rei André II e de Gertrudes de Andechs-Merano, casou-se aos catorze anos com LuÃs IV, Landgrave ou Grande Conde da TurÃngia. Teve três filhos: Germano, o herdeiro do trono, Sofia e Gertrudes. Ficou viúva aos 20 anos. Foi canonizada pelo Papa Gregório IX, em 1253. É tia-avó de Santa Isabel de Portugal. 2. Com a morte do marido, a Grande Condessa dá lugar à Irmã Penitente. Ela é a primeira figura feminina que mais genuinamente encarna o espÃrito penitencial de Francisco de Assis: fé profunda em Deus, vida humilde e serviço aos pobres e doentes. Está na origem da Ordem Terceira Franciscana, Secular e Regular. As Fontes Isabelinas evidenciam o paralelo entre Isabel e Francisco, nomeadamente na sua atitude perante os leprosos e outros doentes e necessitados, cuidando deles com muita alegria. A sua acção no mundo da saúde é uma das páginas mais belas da Igreja medieval. Concretizou na sua vida o ideal das obras de misericórdia. No exercÃcio do cuidado justo aos mais vulneráveis (o seu director espiritual, numa Carta enviada ao Papa Gregório IX, testemunha a sua competência na arte de cuidar) descobre a sua realização pessoal, o seu caminho de santidade. O hospital que fundou em Marburgo (1229) e dedicou a S. Francisco é expressão mais acabada da sua forma de ser. 3. Com Santa Isabel da Hungria, a Igreja e a sociedade ficaram mais enriquecidas. Ao associar-se à s celebrações do VIII Centenário Isabelino, o Papa Bento XVI, numa Carta dirigida ao Primaz da Hungria, refere-se à importância que Isabel tem na descoberta das raÃzes cristãs da Hungria e de toda a Europa, chama-lhe Santa “europeiaâ€. A Conferência da FamÃlia Franciscana, na Carta por motivo do mesmo VIII Centenário, depois de apresentar os traços fundamentais da fisionomia humana e espiritual de Isabel, conclui em forma de compromisso: “Se fizermos memória do seu nascimento, da sua personalidade singular e da sua sensibilidade é para que, através do conhecimento e da admiração, também nós nos tornemos instrumentos de paz e aprendamos a derramar um pouco de bálsamo sobre as feridas dos marginalizados do nosso tempo, a tornar mais humano o nosso ambiente e enxugar as lágrimas. Vamos difundir a bondade do coração lá onde, aos olhos humanos, parece faltar a misericórdia do Pai. O seu exemplo e a sua intercessão vão iluminar os nossos caminhos para o Pai, fonte de todo amor: o Bem, Todo o Bem, o Sumo Bem; serenidade e alegriaâ€. 4. Celebrar é progredir. Ficamos todos mais enriquecidos: a FamÃlia Franciscana, que celebra também os 800 anos da sua origem e considera Isabel um dos seus pilares na fundação; as instituições da Igreja e da sociedade que a têm como padroeira; e os que vêem em Isabel da Hungria uma referência fundamental para a sua forma de viver. Com a celebração desta data festiva, fica mais vivo o exemplo desta jovem, que viveu tão poucos anos, mas tão intensamente, que se tornou uma das mulheres mais extraordinárias da Idade Média. Frei HermÃnio Araújo, OFM Europa Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...