Nota de D. António Marcelino para a semana dos seminários
Os padres são indispensáveis à vida da Igreja e à vida dos cristãos. Quando uma paróquia fica sem padre, logo sobe até ao Bispo o clamor de todos: “Não nos deixe sem padre!”
As vocações sacerdotais são, por isso mesmo, preocupação permanente do Bispo, em relação à sua Diocese e à Igreja universal. Uma preocupação que tem de tocar o coração de todos os cristãos e comunidades cristãs: famílias e jovens, padres e diáconos, catequistas e educadores.
Na acção vocacional, o Seminário tem um lugar insubstituível, porque é o tempo e o espaço organizado para despertar e cultivar as vocações que Deus vai dando à Igreja Diocesana. O Seminário é sempre a mesma instituição, mas, hoje, é uma realidade com outras características: os pré-seminaristas que estão no seio das suas famílias, os seminaristas que estão em Aveiro, no ensino secundário; em Leiria, a preparar-se para entrar em Teologia; em Coimbra, já a frequentar o curso teológico, todos eles são Seminário ao cuidado da Igreja Diocesana. Neste momento são 30, de idades diversas, mas no pré-seminário cada dia o seu número pode crescer, se, para isso, os nossos padres e uma pastoral vocacional diocesana, activa e permanente, actuarem junto das famílias, das escolas, dos grupos de jovens, das catequeses, dos agrupamentos de escuteiros, dos estudantes do ensino superior. Cada dia a oração da Igreja Diocesana deve subir ao Céu, rogando, com humildade e confiança, ao Senhor da messe que nos dê os padres que necessitamos. O Ano da Eucaristia é também um Ano Vocacional.
Esta dispersão inevitável dos nossos seminaristas, com despesas cada dia acrescidas, bem como as obras necessárias no Seminário de Aveiro, levam-me a pedir, mais uma vez, aos diocesanos que sejam generosos, agora na Semana dos Seminários, mas ao longo de todo o ano, para que a Diocese possa responder aos encargos que tem de enfrentar neste campo.
Temos ainda uma dívida significativa pelas obras de recuperação e conservação do Seminário de Aveiro, e as propinas dos alunos de Teologia quase duplicaram, em relação ao ano anterior. Cada aluno do curso teológico significa para a Diocese um encargo mensal de 760 euros, aos quais se deduz apenas o contributo da família de cada seminarista, na sua maioria reduzido. A Diocese não pode deixar de apoiar especialmente os seminaristas que estão mais perto da ordenação e, por isso mesmo, tem de se dispor, para isso, aos sacrifícios necessários. Se o Seminário precisa da Diocese, é porque a Diocese precisa do Seminário. Conto com a compreensão, ajuda e generosidade de todos.
António Marcelino, Bispo de Aveiro
