Dossier

A Igreja na luta contra o turismo sexual

Octávio Carmo
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A Igreja Católica quer assumir-se como protagonista na luta contra o turismo sexual e convida todos os agentes envolvidos na promoção turística a entrarem nesse combate. A preocupação dominou o “VI Congresso Mundial sobre a Pastoral do Turismoâ€, promovido pelo Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes. O arcebispo Agostino Marchetto, secretário deste Dicastério da Santa Sé, abriu as hostilidades ao afirmar que “o turismo sexual é uma praga vergonhosa e bárbara, e somente a hipocrisia quase universal impede de medir os efeitos devastadores em toda a sua profundidadeâ€. No decorrer dos trabalhos, vários foram os apelos contra a exploração sexual, sobretudo a de menores. Os congressistas exigiram mesmo que a comunidade internacional compare este fenómeno ao do tráfico de armas ou de droga. O Congresso decorreu em Banguecoque, Tailândia, de 5 a 8 de Julho, e contou com 110 participantes, procedentes de 35 países, entre eles Portugal. O cardeal Stephen Fumio Hamao, presidente do Dicastério, disse no início deste encontro que a área do Turismo é um campo privilegiado de acção, quer para a evangelização, quer para a promoção do desenvolvimento dos povos mais pobres: “é indiscutível a contribuição do turismo para o desenvolvimento económico e social dos países mais pobresâ€, referiu. Neste sentido, como desafio à Igreja Católica no seu todo, os participantes lembraram que a acção pastoral para o turismo não deve esquecer a importância da solidariedade para com os mais desfavorecidos e os mais pobres “incluindo o diálogo e a negociação com os líderes políticos, de modo a compensar estas populações pelo impacto negativo do turismo nas suas vidasâ€. Do congresso sai ainda um apelo para que a nível nacional, diocesano e paroquial haja um serviço dirigido a assegurar a acção pastoral para o turismo, em ligação com outras estruturas governamentais e da sociedade civil. O Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes espera que as dioceses formulem um plano que estimule o voluntariado neste tipo de trabalho e que permita ir ao encontro dos turistas “sem hesitaçõesâ€.


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