Dossier

AGÊNCIA ECCLESIA: Uma pedrada no charco

Fernando Martins
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A AGÊNCIA ECCLESIA, que me habituei a ler e a consultar, desde a primeira hora, também na edição on-line, representa para mim, como católico e como jornalista, uma mais-valia para a informação cristã e humanista em Portugal. Quando nasceu, veio responder a uma necessidade há muito sentida por todos os agentes da comunicação, que vivenciavam no dia-a-dia as dificuldades de beber, nas fontes principais da Igreja, a informação precisa, numa linguagem mais compreensível pelas pessoas comuns, crentes ou não crentes. Antes do seu nascimento, muito se falou e escreveu sobre a premência de um serviço que no dia-a-dia fizesse chegar aos órgãos de comunicação social, eclesiais e laicos, material formativo e informativo, que mostrasse o pensar e o viver da Igreja Católica sobre os mais variados temas em discussão, tanto no seu seio como no seio da sociedade civil, na qual estão, ou devem estar, os crentes que assumem a cidadania em plenitude. Muito se esperou, porque nesta área, como em outras, a Igreja não gosta de dar passos em falso, em nome de uma prudência que às vezes impede “saltos” mais importantes e ousados. Mas a AGÊNCIA ECCLESIA viu, enfim, a luz do dia, o que representou, para mim e para muitos, uma autêntica pedrada no charco, ao nível da comunicação social. Ao chegar ao mágico número 1000, só tenho que me congratular por isso e felicitar todos quantos, semana após semana, vivem o corre-corre da busca jornalística, tentando chegar a todo o País, vencendo barreiras quase intransponíveis e marcadas por formas de pensar e hábitos temerosos e fechados em redomas antigas, sobretudo entre alguns membros do nosso clero. E ela aí está, sempre disponível, em especial a ECCLESIA ON-LINE, que aparece reflectida nos mais diferenciados órgãos de comunicação, desde os jornais e revistas até às rádios e televisões. E agora (por que não dizê-lo?), nos portais, sites e blogues, espaços privilegiados dos que já não se contentam apenas com as mais tradicionais formas de levar aos outros o que fazemos e pensamos, mas ainda aquilo a que aspiramos, normalmente tendo por meta um mundo mais fraterno. Tenho acompanhado a ECCLESIA desde o seu nascimento e tenho sentido, também, o seu crescimento, numa aposta dinâmica de mais e melhor servir o Povo de Deus, mas não só, já que a Boa Nova de Jesus Cristo não pode ficar limitada aos adros das nossas igrejas. Nos nossos dias, nesta era da globalização, os púlpitos multiplicam-se e navegam no ciberespaço, sob pena de a Igreja perder oportunidades de chegar a novos mundos e a novos pensares. Quem está atento à comunicação social, em geral, não pode deixar de perceber que a agência nascida no seio da Igreja Católica se projecta, com a sua singularidade, em todos os quadrantes, com notícias e textos, os mais diversos, que procuram ser o esclarecimento na hora certa, o alerta no momento próprio, o estímulo na ocasião mais propícia. Pessoalmente, numa altura em que estou mais afastado dos jornais, muito menos prescindo dela, várias vezes ao dia, quer pela fome de informação credível que desde há muito busco e ali encontro, quer pela preocupação de levar a outros, aos amantes da blogosfera, as reflexões e as posições da Igreja, neste tempo em que proliferam, descaradamente, “salvadores” que procuram denegrir ou menosprezar os valores que enformam a nossa civilização. Quem a viu nascer e crescer, quem acompanhou de perto o seu progresso e quem contactou com os seus responsáveis inúmeras vezes, não pode deixar de esperar que a ECCLESIA prossiga na procura de uma renovação constante, porque não pode perder a carruagem da inovação, reforçando outras valência, nomeadamente ao nível da fotografia, de que estão tão carentes muitas publicações, em especial algumas de cariz eclesial.


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