Encontro Europeu de Jovens em Milão - balanço e perspectivas
50 mil jovens juntaram-se em Milão, de 27 de Dezembro a 1 de Janeiro, para mais uma aventura vivida sob o signo Taizé. O novo prior da comunidade, o irmão Aloïs, assumiu pela primeira vez a orientação de um Encontro Europeu de Jovens, apresentando a todos os participantes uma série de intervenções sobre temas chave da reflexão promovida, há décadas, por esta comunidade ecuménica.
As suas meditações na oração que encerrava os dias do encontro mostraram que a morte de Frère Roger não irá alterar a vontade dos monges de Taizé em testemunharem o seu compromisso em favor da unidade dos cristãos, da paz e da reconciliação, procurando contagiar os jovens com o testemunho de uma vida simples, na oração.
“Cada um pode estar mais atento a aliviar as penas e os tormentos dos que estão mais próximos. Pela abertura do nosso coração, ao tornar mais feliz uma só pessoa que precise, tornamos o mundo mais humano”, disse no último encontro com os jovens, retomando uma marca central nas intervenções que o irmão Roger costumava fazer: a valorização da simplicidade e da humildade.
A Carta do irmão Roger para este Encontro, que ficou por acabar, dominou as atenções. Não há a intenção de continuar o texto, mas fica o desafio do novo prior: “É agora, através da nossa vida, que todos nós gostaríamos de a completar. Será através da nossa vida que iremos procurar formas de responder a este chamamento do irmão Roger para «criarmos na família humana possibilidades para alargar…»”.
“A morte violenta do irmão Roger foi uma grande prova para a nossa comunidade. Esta morte trágica continua para nós um mistério. Ao longo da sua vida, o irmão Roger colocou frequentemente a questão: porquê o sofrimento dos inocentes? E eis que ele mesmo se juntou ao número daqueles cuja morte permanece sem explicação”, reconheceu o irmão Aloïs.
Reconciliação e paz
Para o irmão Roger, a urgência de viver uma reconciliação entre cristãos não era, simplesmente, um tema teórico e assim deverá continuar a ser, segundo o seu sucessor. “O essencial é virarmo-nos em conjunto para Cristo, que continua vivo e sempre presente. É o que fazemos na oração comunitária, também aqui em Milão. Voltarmo-nos em conjunto para Cristo, apercebermo-nos da sua presença; poderemos fazê-lo sempre, mesmo permanecendo em silêncio”, disse.
Juntando jovens vindos de países e de tradições muito diferentes, a comunidade oferece a todos uma oportunidade de “antecipar uma unidade visível dos cristãos”. “A reconciliação dos cristãos não é um fim em si mesmo; os cristãos procuram-na para serem fermento de paz e de confiança em toda a família humana através da terra”, explicou o irmão Aloïs
A atenção aos anseios da juventude e aos problemas mundiais foi outra marca das intervenções do prior de Taizé, que os jovens estão a aprender a conhecer. “Muitos de entre vós trazem uma sede de paz, de comunhão, de alegria. Para viver estas realidades, gostaríamos, durante estes dias, de procurar tomar um novo fôlego”, disse-lhes. “Mesmo se o mundo sofre tão frequentemente por causa da violência e de conflitos, podemos lançar sobre ele um olhar de esperança”, afirmou posteriormente.
Alargar a peregrinação
Durante o Encontro de Milão, o prior de Taizé anunciou que nos próximos anos, vai também alargar a “peregrinação de confiança através da terra”.
Os encontros europeus continuarão todos os anos. O próximo terá lugar daqui a ano, entre os dias 28 de Dezembro de 2006 e 1 de Janeiro de 2007, na capital da Croácia, Zagreb.
Com o objectivo de “nos escutarmos uns aos outros e para apoiar uma esperança”, a comunidade de Taizé promove no próximo ano um encontro em Calcutá, na Índia, entre 5 e 9 de Outubro de 2006. Reunirá jovens de toda a Índia, e também de outros países asiáticos e mesmo europeus.
Nos anos seguintes serão preparados encontros de jovens na América Latina, e depois na África.