Dossier

Fundação Ajuda à Igreja que Sofre: 10 anos em Portugal

David Silva
...

Em 1993, um grupo de senhoras de Lisboa, ligadas ao Colégio São João de Brito, que conheciam o BOLETIM publicado pelos Secretariados Nacionais de França e de Espanha da Ajuda à Igreja que Sofre, formulou um pedido a esta organização católica internacional e ao seu fundador, o Padre Werenfried van Straaten, com vista à criação de um secretariado em Portugal. Em Março de 1995, numa reunião no Secretariado Internacional, na Alemanha, foi decidido o estabelecimento da Ajuda à Igreja que Sofre em Portugal: “A 13 de Outubro, fundamos em Fátima a secção portuguesa da Ajuda à Igreja que Sofre. Porquê? Porque a mensagem de Fátima influenciou sempre, de forma essencial, a nossa acção”, escreveu o Pe. Werenfried no Boletim internacional da organização. “Estamos certos de que os católicos portugueses vão oferecer o seu amor e o seu contributo à Igreja que sofre”, acrescentava na mesma publicação o sacerdote holandês que em 1947, logo após a II Guerra Mundial, criara a Ajuda à Igreja que Sofre para auxiliar os refugiados alemães e que, anos mais tarde, prestaria apoio aos cristãos perseguidos do Leste europeu. A Fundação iniciou a sua acção pastoral em Portugal há dez anos, com a inauguração, a 13 de Outubro de 1995 de um pequeno Secretariado Nacional em Lisboa. Na cerimónia estiveram presentes D. Jaime Gonçalves, Arcebispo da Beira (Moçambique), o Cardeal Ján Korec, Bispo da Eslováquia, o anterior Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro, D. Josef Stimpfle, delegado pontifício para a Obra e uma delegação de bispos presidida pelo Cardeal Glemp, Primaz da Polónia. Decorrida uma década sobre esse momento, importaria destacar alguns eventos (entre outros) que contribuíram para afirmar a presença da Fundação como elemento cooperante e activo tanto na Igreja Portuguesa, como nos domínios cultural e social. Para a celebração do 50º aniversário da Obra, a Ajuda à Igreja que Sofre organizou uma peregrinação internacional a Fátima, onde participaram centenas de peregrinos, amigos e benfeitores vindos de todo o mundo. No dia 13 de Outubro de 1997 realizou-se esta peregrinação, presidida pelo Cardeal Sales, Arcebispo do Rio de Janeiro. A sessão solene foi presidida pelo Presidente da República. Ao longo destes anos, a Fundação tem igualmente promovido debates e conferências sobre questões sociais. Em 1998 efectuou-se o simpósio Profecia e Liberdade em D. António Ferreira Gomes, sobre a obra, pensamento filosófico, social e político do Bispo do Porto. Na mesma linha realizaram-se as Jornadas de Reflexão Contra a Exclusão Social – uma cultura de solidariedade e outras iniciativas culturais organizadas pela Fundação, em cooperação com o Patriarcado, no âmbito do Jubileu do ano 2000. Em colaboração com a Comissão Episcopal das Migrações, a Fundação levou a cabo, em 2002, as Jornadas Todo o Imigrante é Meu Irmão, de promoção do debate e reflexão sobre o tema de imigração. Mais recentemente, em Janeiro deste ano, tiveram lugar, na Torre do Tombo, as Jornadas Cooperar e competir: A sociedade em busca do trabalho e do emprego. Na área do mecenato cultural foi assinado, em Maio de 2004 um protocolo de colaboração entre a Fundação e o coro Voces Caelestes, num projecto único de cooperação em Portugal, classificado como uma iniciativa de “superior interesse cultural” pelo Ministério da Cultura. No mesmo ano, foram igualmente realizados dois concertos de Ano Novo, em Lisboa (S. Roque) e no Porto (Igreja da Sra. da Conceição), em memória das vítimas do maremoto na Ásia e no âmbito de uma campanha de solidariedade para com os países atingidos pela calamidade. Pela primeira vez, em Setembro do ano passado, a Fundação lançou o Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, em língua portuguesa, um documento que analisa cerca de 60 países relativamente às restrições da liberdade religiosa e denuncia casos concretos de violações ao direito fundamental da livre expressão da fé. Como organização de direito ponti-fício, a missão da Fundação continua a ser, essencialmente, o apoio a projectos pastorais, definidos pela Santa Sé ou pedidos pelos bispos das dioceses carenciadas: formação do clero, construção e reparação de edifícios religiosos, disponibilização de meios de transporte para os agentes pastorais e de evangelização, apoios de subsistência aos sacerdotes e às comunidades religiosas. Actualmente, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre conta com a colaboração de inúmeros benfeitores portugueses para prosseguir o seu objectivo primeiro: disponibilizar meios – em mais de 130 países em todo o mundo – para que a Igreja possa realizar a sua missão de evangelização principalmente nos países mais carenciados ou naqueles onde a Igreja sofre maiores restrições à sua missão evangelizadora. David Silva Departamento de Informação da FAIS


Fundação AIS