Dossier

Futuro de esperança para Taizé

Octávio Carmo
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O novo Prior da Comunidade de Taizé é frère Alois, nascido em 1954, sucedendo assim a Frère Roger, assassinado em Agosto. O Irmão Alois está em Taizé há três décadas e ficou conhecido entre nós na sua recente passagem por Lisboa, aquando do 27º Encontro Europeu de jovens organizado pela comunidade ecuménica, encontros dos quais era o coordenador. A imagem com que se fica dele, numa primeira abordagem, é a de um homem simples, tranquilo e simpático, algo tímido até, capaz de dialogar e de resolver os problemas sem necessidade de conflito. O fundador da Comunidade tinha já designado este monge alemão como seu sucessor, há 8 anos, seguindo as regras da Comunidade e assegurando uma transição de continuidade. Numa entrevista à revista “Il Segno”, da diocese de Milão, o novo Prior deixa a certeza de que há um futuro para Taizé, mesmo depois da morte do seu caris-mático fundador. “O Irmão Roger deixou escrita uma regra para a nossa comunidade, na qual está um apelo a viver juntos, com todos os irmãos, uma ‘parábola de comunhão’. Somos uma comunidade monástica, que vive do seu trabalho, procurando estar animados pela paixão da unidade dos Cristãos. Está nas nossas mãos continuar a colocar em prática estas intuições”, aponta. Comentando um possível “vazio” criado pelo desaparecimento de frère Roger, o seu sucessor assegura que o desafio, agora, “é virar-se para Cristo, o Ressuscitado”. “Frère Roger era para nós como João Baptista, que mostrava Jesus, não a si próprio, e continua a fazê-lo”, sustenta. O Irmão Alois confessa alguma surpresa perante o contínuo afluxo de jovens do mundo inteiro a Taizé, considerando esse dado como “um enorme desafio numa época em que muitos jovens voltam as costas à Igreja, em muitos países”. Segundo este responsável, aquilo que continua a atrair os jovens tem a ver com a experiência de silêncio, de oração, de amor, de reconciliação e de encontro, mensagens transmitidas pelos irmãos de Taizé “com palavras simples, mas sobretudo com a sua vida”. “Isto significa que devemos fazer de tudo para promover a confiança, uma confiança na presença de Deus que faz nascer a confiança na vida, no futuro, e que nos leva a assumir riscos, sobretudo o risco de nos abrirmos aos outros”, conclui.


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