Dossier

Ícone do diálogo entre culturas

Nuno Rosário Fernandes
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Do Ocidente ao Oriente, São Francisco Xavier deixou inscritas marcas, de uma presença missionária junto de povos diversos, e de características muito diferentes, que se caracteriza por uma atitude de diálogo e de relação. O sacerdote Jesuíta, embora não fosse português, partiu em 1541 em missão para terras do Oriente, em representação do governo de D. João III, que solicitara ao Papa autorização para enviar um grupo de jesuítas para missionar no Oriente. Ele “soube ser um cidadão do mundo”, referiu à Agência ECCLESIA Francisco Guerra. Este jovem foi um dos, cerca de 1500, que na noite de 10 para 11 de Março reviveu, em Lisboa, na «Noite XL» os passos de São Francisco Xavier, antes de partir em Missão. Para Francisco, a acção missionária do sacerdote Jesuíta “é um exemplo de aproximação”, sobretudo se tivermos em conta que actualmente se fala “de globalização e da necessidade de aproximação dos povos”. Ele soube, acentua Francisco, evangelizar sem violentar aqueles com quem contactou. Era um dos outros”, sublinha. Por isso, considera que aí se encontra a “chave da comunhão e do diálogo”, ou seja “ ser um igual entre diferentes”. Talvez por isso, ele seja considerado “um dos marcos da história da evangelização cristã”. Pelo menos, é essa a opinião do Pe. António de Oliveira Colimão. O Pároco da Paróquia de São Francisco Xavier, em Lisboa, é natural de Damão, na Índia, e em declarações a Agência ECCLESIA afirma que o santo Jesuíta “tornou-se um ícone, não só para os cristãos de Goa, mas para pessoas de outras religiões, muçulmanos e hindus”. “É um santo de relação, admirável. Quem viveu na Índia ou quem já visitou fica admirado ao ver o respeito e o silencio na oração”, testemunha, referindo-se à devoção às relíquias do santo missionário. Um pouco mais a oriente vamos encontrar outras marcas da presença missionária deste homem. Apesar de nunca ter estado em Macau, existem naquela região “pelo menos duas capelas a ele dedicadas”, disse à Agência ECCLESIA o Pe. Albino Pais, director do Jornal diocesano de Macau, «O Clarim». Este sacerdote reforça também a “presença muito marcada em Goa” de São Francisco Xavier, destacando que para os Hindus “é quase uma espécie de divindade. É aquele a quem todos recorrem porque, na perspectiva deles, é um santo fora do comum”. Mas no Japão, sobretudo para os japoneses do sul” o missionário Jesuíta “veio trazer-lhes uma maneira de viver a sua fé, caracterizada pela partilha com os outros e pela comunhão”, disse.


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