Dossier

Mil Motivos para estarmos Juntos

Carlos Liz
...

Carlos Liz, Técnico de Estudos de Mercado e de Opinião

Mil números do semanário “Agência Ecclesia†significam outras tantas vezes em que a Igreja se encontrou a si mesma, em que milhares de cristãos ficaram a saber o que outros milhares andaram a fazer, que projectos tinham, que pensavam da vida, como estavam a viver a sua Fé. É este o grande contributo da Agência, em particular da sua publicação escrita em papel. Decididamente, a Ecclesia não trata de assuntos da Igreja, ela é e faz Igreja. Uma Igreja feita de uma imensa pluralidade de experiências, que, no entanto, se sente nunca caber totalmente nas páginas em papel ou Web da Agência. Ao longo do tempo, vamo-nos apercebendo de como o Semanário da Ecclesia torna realidade três dimensões essenciais da vida de uma comunidade cristã, que como tal sabe acolher os seus membros e entre eles quer gerar comunhão: - a dimensão da Pertença, esta possibilidade de nos reconhecermos nas histórias que nos são trazidas, este conforto de nos sabermos parte da Igreja - a dimensão da Descoberta, a frequente surpresa pela riqueza de acontecimentos relatados, este sabor estimulante da peregrinação na terra - a dimensão da Inspiração, a capacidade de sermos motivados para fazer como muitos dos homens e mulheres, cuja dinâmica de santidade nos é transmitida O significado mais sentido da continuada presença semanal da Ecclesia, é o da Confiança. Aprendemos a confiar em quem faz o semanário, compreendemos o valor da Continuidade, da segurança de nunca haver interrupções, não duvidamos da possibilidade de renovação de conteúdos e da sua relevância. Uma Confiança, que gostamos de imaginar, tem reciprocidade. Intuímos como a Equipa da Ecclesia trabalha a pensar que deste lado há uns tantos milhares muito atentos, de facto habituados ao ritmo semanal do fluxo de notícias e comentários, disponíveis para agradecer todo o trabalho de edição da Vida da Igreja. E imaginamos que quem faz o semanário se move a partir de uma combinação bem sucedida de atributos, em constante esforço de apuramento de processos: - os atributos da competência profissional, de um jornalismo que se tem revelado assumidamente moderno, de linguagem aberta e com saudável objectividade, sem cedências despropositadamente reverenciais ou de simplificação da crítica - os atributos de uma Fé vivificada, só possível a partir da manifesta vontade de estar virada para fora, de olhar sem discriminações e sem medo para tudo o que no mundo possa parecer sinal da construção do projecto de Deus Os últimos anos do semanário têm permitido amadurecer uma fórmula plena de fecundidade, como se comprova pelo efeito multiplicador dos seus conteúdos nos media de todo o País. Uma fórmula de fluxo informativo muito actualizado, com o valor único da inteligibilidade, permitido pelo tipo de organização editorial. Mas também uma fórmula, que sabe incluir a profundidade, a poética e a dimensão profética do Reflexo, desde sempre assinado por António Rego. É também por aqui, que passa o indisfarçável prazer do contacto semanal com a Ecclesia, assinalando o lugar da reflexão, como um lugar da sensibilidade das coisas próximas, como um lugar de encontro entre a vida da cidade e o seu horizonte de sagrado. É por tudo isto que importa celebrar, entusiasticamente, estes primeiros mil números do semanário. Precisamente a mesma razão, que nos leva a olhar para o futuro com aquele olhar tão nosso, de cristãos exuberantes de Esperança. E assim, convictos da importância do que está feito e de que estamos no meio de uma dinâmica ascendente, não conseguimos evitar uma ou outra interrogação: - como seria se conseguíssemos incluir algumas imagens na edição escrita, sabendo como as imagens são constituintes naturais e estruturantes da comunicação do nosso século? - como seria se houvessem outras condições, para levar mais longe o trabalho de aproximação às experiências relatadas, se houvesse outro número de reportagens in loco, proporcionadoras de outra cor para o discurso? Bem sabemos todos como é fácil e doce fazer perguntas, como elas podem correr ligeiras pela imaginação bem intencionada de quem as formula. Por isso nos contemos. Mas também sabemos como há momentos mais ou menos favoráveis, justificáveis para a sua formulação. E este, ao milésimo número do semanário Agência Ecclesia, tem tudo para ser um desses momentos. Além do mais temos o Paulo Rocha e a sua equipa – breve e valorosa. E sobretudo, empenhada em ir mais longe, confiante em si própria, criadora de redes de informação e conhecimento de elevado potencial. Ao serviço de nós todos e da Igreja, que teimamos em construir continuamente. Carlos Liz, Técnico de Estudos de Mercado e de Opinião


Comunicações Sociais