Dossier

O autor

Octávio Carmo
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Octávio Carmo - Agência Ecclesia

A Universidade Católica Editora acaba de publicar as “Obras Escolhidas†de D. José Policarpo, seis volumes que reúnem 235 textos, entre livros, artigos, conferências, catequeses quaresmais e homilias. D. José Policarpo sempre se definiu como um teólogo falante. Mesmo agora, a respeito da publicação das “Obras Escolhidasâ€, referiu que “escrever é um diálogo, porque a gente relê-se na maneira como os outros nos lêemâ€. O leitor irá encontrar, nestas obras, a tese de doutoramento do Patriarca e outros textos relacionados com as funções exercidas por D. José, “desde os cargos académicos ao ministério episcopal, com a minha maneira de ver, com fé, o mundo e a históriaâ€, confessa o mesmo na Introdução Geral à publicação. D. José Policarpo, na apresentação das Obras, confessou ser uma “ousadia†reunir textos escritos em circunstâncias muito diversas, mas revelou satisfação por se reler e pela maneira como outros o relêem: “este é o momento de nos reencontrarmos com pedaços de uma vida, de uma história comum com muitas pessoas com quem partilhei este percursoâ€. Os volumes, intitulados “O Evangelho e a Históriaâ€, “A missão de Evan-gelizarâ€, “O anúncio da esperançaâ€, “A Palavra celebradaâ€, “O Bispo, mestre da Fé†e “A Igreja é uma paixãoâ€, foram apresentados por D António dos Santos Marto que, em declarações à agência ECCLESIA vincou a sua convicção de que “as grandes características que dão unidade a estes escritos são a relação entre Evangelho e História, o diálogo com a cultura - sobretudo um tema que D. José trata magistralmente, a laicidade -, a capacidade de falar à inteligência e ao coração dos homens, a paixão com que ele adere à Igreja, como lugar de encontro com Cristoâ€. O Cardeal Patriarca é, sem dúvida, um teólogo dos “sinais dos temposâ€, uma opção que ele próprio justifica: “a Igreja pode identificar nos dinamismos mais profundos dessa história sinais do Reino a crescer e sugestões para a realização da sua missão evange-lizadoraâ€. Neste sentido, o estudo sobre a leitura dos Sinais dos Tempos, tese de doutoramento publicada no I volume desta colecção, conta com um novo capítulo, onde o Patriarca procura “fazer a leitura dos efeitos que essa perspectiva teve na vida da Igreja, inspirando a sua acção pastoral ao longo de trinta anosâ€. “A possibilidade de a Igreja ler, na realidade da história contemporânea, sinais que lhe inspirem os caminhos da missão, define e dá densidade à perspectiva mais vasta do Concílioâ€, escreve o Patriarca neste novo capítulo, intitulado “Trinta Anos Depoisâ€. Esta secção da Obra agora publica-da faz uma referência a João Paulo II, considerado por D. José Policarpo como “um Papa com forte vigor profético e com acentuado sentido do dinamismo evolutivo e transformador da história, com uma profunda convicção da vitalidade e actualidade do Evangelhoâ€. Um especial destaque é dado por D. José à UCP e ao seu papel na missão evangelizadora da Igreja, como se pode ler no terceiro volume da colecção. “A sociedade moderna, que a Igreja deve penetrar pelo Evangelho de Jesus Cristo, está profundamente marca-da por um novo poder, o da ciência, da cultura. Investir na Escola e na investigação é uma condicionante de qualquer projectoâ€, justifica o Cardeal Patriarca de Lisboa. Os problemas reais da sociedade, a política, a cultura, a luta pela justiça, a família, a mutação cultural, o processo de diálogo intercultural e a evolução do sentido ético da existência são outros dos temas que podemos encontrar nas obras agora publicadas. Em relação aos escritos que se referem à vida da Igreja, D. José Policarpo explica que “estes textos não têm, necessariamente, uma lógica interna entre eles. A única dimensão que os unifica é o serem expressões de uma Igreja como mistério de amor, do amor dos cristãos à Igreja, concretizado em missãoâ€. D. António dos Santos Marto deixa, aos futuros leitores, uma certeza: “os escritos do Patriarca manifestam um estilo constante e um fascínio coerente, resultando numa obra plena de interesse e actualidade


D. José Policarpo