Dossier

O Diaconado, mais uma riqueza na Igreja

D. Manuel Martins
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D. Manuel Martins, bispo emérito de Setúbal

A Igreja de Setúbal “nasceu” no dia 26 de outubro de 1975. Tinha muita e boa gente à sua espera. Teve sempre, como hoje, muita e boa gente a fazê-la crescer.

Pode ser que alguém um dia lhe faça a história. Certo será, porém, que essa história será escrita em cânticos de júbilo pelas maravilhas que o Espírito Santo nela operou e continua a operar.

Pedem-me agora para dizer como apareceu na Igreja de Setúbal o Diaconado Permanente. A resposta é simples: porque faz parte da vida e da alma da Igreja. Assim o entendeu o Concilio, assim o entendemos nós.

Na caminhada que todos juntos íamos fazendo, pareceu a todos que era chegado o momento. O Clero, bom e sempre aberto ao verdadeiro e ao melhor, consultado, achou que sim; os cristãos que, em nome das respetivas Comunidades, faziam parte da Assembleia Diocesana, também.

Graças a Deus, não foi nada difícil “chamar” os quatro primeiros candidatos a este ministério, os quais, depois da devida preparação espiritual e teológica, acabaram por ser ordenados, com grande júbilo de toda a Igreja diocesana na nossa igreja catedral, no dia 8 de dezembro de 1984, dia consagrado a Nossa Senhora, padroeira da diocese.

Prestaram muito bom serviço e deram muito bom testemunho.

Dois acabaram por receber a ordenação presbiterial, um mergulhou já, e inesperadamente, no mar infinito do infinito amor de Deus e, dessa primeira “leva” resta um quarto que vive e realiza o seu ministério na imensa paróquia da Cova da Piedade.

A experiência foi tão útil que o meu sucessor continuou e quase todas as dioceses do país recuperam este grau de Ordem que esteve esquecido durante séculos.

Ouço dizer, por vezes, que a Diocese de Setúbal foi a primeira na resposta ao desejo e aconselhamento do Concilio. Julgo que não – Funchal já teria avançado. Todavia essa nunca foi razão que figurasse na galeria das razões.

A Igreja já queria, a diocese estava em condições e quis, e a graça aconteceu. Louvado seja Deus!

D. Manuel Martins, bispo emérito de Setúbal



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