A iniciativa dos Institutos Religiosos no nosso país de promover um inquérito com o objectivo de conhecer o que pensa o povo português dos religiosos e religiosas é entendido pelo mesmos como algo de natural
A iniciativa dos Institutos Religiosos no nosso país de promover um inquérito com o objectivo de conhecer o que pensa o povo português dos religiosos e religiosas é entendido pelo mesmos como algo de natural.
“O Inquérito sobre os religiosos em Portugal integra-se nos 50 anos das suas Federações (CNIR e FNIRF), e nós quisemos marcar este jubileu percebendo o que é que as pessoas pensam de nós, que imagem têm, que aspectos realçam”, explica à Agência ECCLESIA o Pe. José Augusto Leitão, Missionário do Verbo Divino e vice-presidente da Confederação dos Institutos Religiosos (CNIR).
O objectivo é, segundo este responsável, “perceber se estamos a conseguir passar a nossa mensagem”. Os dados revelados pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa poderiam, neste sentido, assustar os religiosos e religiosas: 42% dos portugueses não têm conhecimento da existência de religiosos na Igreja Católica
O vice-presidente da CNIR prefere olhar para a questão de outra maneira. “Sinceramente, penso que o facto de 58% das pessoas ter conhecimento da nossa existência é já um aspecto positivo, porque embora haja uma grande maioria de entrevistados que se diz católica (86%), os que participam na vida da Igreja com alguma regularidade são um terço”, assegura.
No centro do inquérito estão as questões sobre o conhecimento e reconhecimento dos grandes traços da Vida Religiosa. A imagem dos religiosos junto de quem os conhece é bastante positiva, com excepção para o “espírito de pobreza”, que mais de 70% dos inquiridos julga ser pouco ou nenhum.
Pergunta 25.1: Até que ponto concorda com a seguinte afirmação a respeito dos religiosos: - Vivem em espírito de pobreza
MUITO - 10,4%
BASTANTE - 18,3%
POUCO - 39,6%
NADA - 31,7%
Os números não preocupam o Pe. José Augusto, para quem a este nível “as pessoas tendem a confundir as estruturas visíveis e ás vezes grandes, que dão um aspecto de riqueza, embora depois a nível pessoal vivam de forma pobre”.
“A imagem que se passa poderá ser a de não viverem em pobreza, por causa dessas estruturas”, admite. Os números são eloquentes: na educação há 117 estabelecimentos sob a dependência directa dos Institutos Religiosos, que servem perto de 40 mil utentes, empenham 659 religiosos e empregam 4661 funcionários. As Instituições de Solidariedade Social orientadas por estes chegam a 23736 portugueses, através de 218 estabelecimentos e mais de 4000 trabalhadores, entre religiosos e funcionários.
A verdade é que os inquiridos vêem os religiosos como pessoas felizes (mais de 77%) e acreditam que eles dedicam toda a sua vida a Deus. “Os dados sobre a obediência, a castidade e o serviço dos mais necessitados são muito positivos”, conclui o Pe. José Augusto.
Pergunta 25.4: Até que ponto concorda com a seguinte afirmação a respeito dos religiosos: - Estão ao serviço dos mais pobres
MUITO - 28,7%
BASTANTE - 41,2%
POUCO - 24,5%
NADA - 5,6%