Dossier

Terroristas à solta... nas estradas

A. Silvio Couto
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Em Portugal morreu nas estradas só depois da entrada na União Europeia, o triplo das pessoas que foram vitimadas na ‘guerra colonial’ em África. Traduzindo em números: em dezassete anos, desde 1986, morreram 34 mil pessoas em acidentes de viação. Este trágico recorde tem associadas causas muitos diversificadas: falta de civismo, excesso de velocidade, consumo de álcool, desrespeito pelas regras de trânsito. Segundo dados de um estudo publicado em finais de Julho – intitulado “Porque nos matamos nas estradas... e como o evitar” – um em cada cinco motociclistas, controlados pela polícia, está bêbado. Só na A1 (auto-estrada entre Lisboa e Porto) houve, em quatro anos, 179 vítimas!... Tem havido campanhas e mais campanhas – seja da prevenção rodoviária, seja da associação de cidadãos auto-mobilizados, tanto em épocas mais vulneráveis, como Natal e fim d’Ano ou no tempo de verão/férias – e o drama continua a colocar o nosso país nos lugares cimeiros da Europa e mesmo do mundo. Às vezes parece que as iniciativas são para os outros e, com alguma dificuldade, cada um de nós se revê com necessidade de ser alertado, tanto pela educação como até pela coacção. A curto prazo será implementado um novo projecto de informação/propaganda de choque, subordinado a três palavras estratégicas: convencer, constranger, controlar. O público alvo destas ideias de combate à sinistralidade envolve os peões, os motociclistas e as crianças. . Urge consciencializar quem anda na estrada, ostentando a arma-automóvel apontada ao descuido de tantos de forma passiva. . É imperioso responsabilizar quem conduz, sendo mais exigente na obtenção da autorização para o fazer. . É premente tornar mais célere a aplicação da justiça nos casos de acidentes que envolvam a perda de vidas humanas, tanto de forma directa como atingindo terceiros. Como está o nosso civismo na estrada? De que forma consciencializamos a velocidade na condução? Qual o grau de lucidez nas manobras? Somos cristãos no cumprimento das regras de trânsito, seja qual for o estatuto em causa? Valerá a pena recordar o mandamento da Lei de Deus: “Não matar nem causar outro dano, no corpo ou na alma, a si esmo ou ao próximo”. Vivemos isto na estrada? A. Sílvio Couto


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