O Cardeal Saraiva Martins, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, comenta para a Agência ECCLESIA a Mensagem de João Paulo II para o próximo Dia Mundial da Paz
A mensagem do Papa João Paulo II para a celebração do próximo Dia Mundial da Paz é, como as mensagens anteriores, uma magnífica lição sobre a paz, sobre a sua verdadeira natureza, os seus pressupostos e os caminhos para consegui-la.
A paz é o maior dom feito por Deus ao homem. “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por ele amados” cantaram os anjos no presépio de Belém! É o grande dom que Jesus, fazendo-se carne, no tempo e na história, veio trazer à humanidade.
O que é preciso é que os homens recebam este dom e trabalhem para que a paz entre os povos seja uma realidade o quanto antes. Todos os homens, crentes e não-crentes, estão chamados a ser construtores de paz, profetas e mensageiros desse dom.
A paz é um bem comum, por isso todos têm o dever de a promover e defender. Para os cristãos em particular empenhar-se na paz é uma verdadeira exigência da sua Fé, da sua fidelidade a Jesus Cristo, Príncipe da paz, e ao Evangelho, boa nova de amor e de paz.
É extremamente importante educar para a paz, como diz o Papa na sua mensagem; é urgente, muito urgente que se difunda entre os homens de hoje a cultura da paz, da verdadeira paz: como diz o Santo Padre, a paz baseada na verdade, na liberdade, na justiça, no amor, no perdão, no respeito da pessoa humana, da sua dignidade e direitos fundamentais que são sagrados, intangíveis e imutáveis.
Tudo isto quer dizer que o único caminho para obter a paz, para resolver os numerosos e sangrentos conflitos internacionais a que infelizmente assistimos e causam a morte de tantos irmãos inocentes, não é o recurso às armas, mas sim o recurso à política e ao diálogo. As armas não resolveram nem resolverão nunca nenhum problema entre os homens e os povos; além disso, nós cristãos, sabemos que o amor é o único fundamento da verdadeira paz.
João Paulo II recorda que “forma mais alta e mais nobre de relação dos seres humanos inclusive entre si” e que “Consequentemente o amor deverá animar todos os sectores da vida humana, estendendo-se também à ordem internacional. Só uma humanidade onde reine a « civilização do amor » poderá gozar duma paz autêntica e duradoura”.
Este é o meu voto para 2004!
Cardeal Saraiva Martins,
Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos