Dossier

Vagas de escandalismo nacional ...

A. Silvio Couto
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Através da comunicação social vão-nos chegando, de forma cíclica, informações daquilo que se poderia denominar como o ‘escandalismo’ nacional. Eis alguns exemplos: incêndios (em primeira e segunda vaga), ‘Casa Pia’ (prorrogando casos, acusações e vítimas e acusados), morte de animais (por incúria ou negligência), desaparecimento de um cão (que agastou «politicamente» o dono mais do que outras crises), substituições de deputado (com éticas em dúvida), contestação de estudantes (numa repetição do filme anti-propina)... Somos, de facto, um país onde pequenos episódios têm repercussão de grandes acontecimentos, tudo dependendo de quem em está na génese, na propagação ou a quem se deseje atingir. Por outro lado, há situações/factos/notícias que se tenta fazer passar despercebidos, pois também nesta faceta, dependerá de quem é o sujeito, o objecto ou o complemento das questões em causa. Com efeito, ser-nos-á útil tentar descortinar: - Em certos factos mais ou menos públicos, será que os bombeiros terão sido, em todos os casos, parte desinteressada no combate aos incêndios neste verão? - Como dizia a mãe de uma criança desaparecida, participante na «marcha branca« no Porto, quais os intuitos de certas figuras ao participarem em jantares de desagravo aos acusados – inocentes até transitar em julgado – de pedofilia, escondendo-se de serem vistos em manifestações de apoio às crianças? - A cobertura às contestações estudantis ao aumento – decidido pelos órgãos legítimos das universidades – das propinas, não manifestará (ao menos de forma tácita!) um certo saudosismo revolucionário, propício ao descalabro da injustiça social e à cobertura a (alguns) maus estudantes? Como dizia uma nota do episcopado francês «é mais grave agredir um cão do que a própria mulher». Parece que estamos a viver acintosamente uma inversão de valores mesmo no quadro da Europa (dita) humanista, pluralista e civilizada. Torna-se urgente saber distinguir o essencial do secundário, tentando manter a capacidade de discernimento... sem se deixar impressionar por tanto escandalismo à solta! A. Sílvio Couto


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