Mais um em casa António Rego 03 de Fevereiro de 2004, às 13:35 ... Não é novidade para ninguém que, nos dias que correm, a informação da rádio, da televisão e dos jornais, deixam, na generalidade, o sentimento de que o (nosso) mundo anda como que desgover-nado e que os acontecimentos trágicos ou patológicos, parecem nervosamente colocados em linha, para nos caÃrem pressurosamente em cima, causando-nos no mÃnimo, um estado de desassossego. A tudo isso se segue, por vezes, uma dose massiva de novelas, servidas nas farmácias da ficção, com viagens imaginárias, dramas ou comédias que evadem e, indirectamente, como que reconfortam o espÃrito, contrapondo, à s desgraças reais, doces embalos que nada curam mas sempre iludem essa amarga dor. Que seria de nós, sobretudo crianças e jovens, se levássemos a sério, como norma de vida, tudo o que nos propõem os media? A vida, afinal, como que passa ao lado e caminha assente nas grandes raÃzes da história pessoal, familiar, cultural e mesmo religiosa. Mas, também aqui, ninguém se salva sozinho. Certeira e oportuna é a mensagem do Papa, publicada no passado dia 24 de Janeiro – dia de S. Francisco de Sales - em ordem à próxima Jornada Mundial das Comunicações Sociais. Tema: Mass Media e FamÃlia: um risco e uma riqueza. Lembra que “toda a comunicação tem uma dimensão moral,… as pessoas crescem ou diminuem de estatura moral, de acordo com as palavras que elas pronunciam e com as mensagens que preferem ouvirâ€. Esta responsabilidade, repartida, tem em conta a “expansão sem precedentes do mercado das comunicações… as famÃlias com oportunidades virtualmente ilimitadas nos campos da informação, da educação, da expansão cultural, e até mesmo do crescimento espiritualâ€. Mas estes meios podem causar “graves prejuÃzos à s famÃlias, provocando uma visão inadequada e mesmo deformada da vida, da famÃlia, da religião e da moralâ€. Não é longo este texto do Papa. Mas chega numa altura em que as tecnologias como que enaltecem o individualismo, deixando cada um entregue à s suas emoções, no consumo solitário do televisor, do jornal, do rádio, da net. Se isso é complicado para os adultos, mais complexo e grave se torna para as crianças. O diálogo familiar é uma riqueza insubstituÃvel para uma correcta observação do mundo, sobretudo, talvez, em complemento ou contraponto aos milhões de mensagens que todos os dias caem sobre cada cidadão. A famÃlia, além do agregado familiar tem, sempre, que contar com… mais um em casa. António Rego Comunicações Sociais Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...