No Reino da Dinamarca António Rego 01 de Março de 2005, às 12:44 ... Pelo espaço que ocupa, a notÃcia da agência poderia considerar-se insignificante. O seu eventual relevo virá da proveniência: a Dinamarca, um paÃs de que pouco sabemos, a não ser que está uns bons pontos de avanço em várias matérias em relação a Portugal. “Prefiro uma escola multi - confes-sional que aceite, no mesmo grau, os sÃmbolos muçulmanos, a uma escola que interdite as religiõesâ€afirmou Bertel Haarder, Ministro liberal, da Educação e também dos Cultos. Reafirmando o direito dos pais, como agora acontece, de inscreverem ou não, os filhos na aprendizagem do catecismo na escola, Haarder rejeita uma secularização da escola “que faça desaparecer o canto litúrgico, as celebrações de Natal e os sÃmbolos religiosos, como o que se passa na França e na Turquiaâ€. Recorde-se que a Dinamarca é um paÃs com 85% de protestantes luteranos. Também se não esquece que a maioria parlamentar se consegue com o partido liberal do Primeiro-ministro, os conservadores e a extrema-direita. Coada toda a linguagem polÃtica ou confes-sional, importa chegar ao fundo da questão: o religioso não é um elemento recôndito ou clandestino do ser humano. Quem pratica ou propõe a “religião do secretismoâ€satisfará uma elite que forja pela calada um conjunto de interesses – esses ainda mais secretos. Apenas nos regimes totalitários e repressivos se entende que a religião se exerça nas catacumbas e se ensine em voz baixa. O normal é que, salva a distância entre sociedade e comunidade religiosa, esta integre os elementos do todo cultural e social da cidade contemporânea. E quando os números são tão avassaladores, como no caso da Dinamarca (e de Portugal), não será o discurso azedo de uma minoria que imporá as regras para o povo que tem uma história inexplicável sem a componente religiosa. Entre nós, o tempo parece propÃcio à superação de ancestrais conluios ou animosidades entre Religião e Estado. Mas ainda há velhos do Restelo que não perceberam as raÃzes e os dinamismos da história actual. E muitas vezes falam em nome da juventude e do progresso. Há algo que não bate certo nesse discurso. António Rego Reflexo Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...