O itinerário da paz António Rego 03 de Abril de 2007, às 11:20 ... Foi salutar ouvir Jean-Yves Calvez falar sobre a "Populorum Progressio". Uma espécie de ressonância da esperança há quarenta anos enunciada por Paulo VI na senda das grandes encÃclicas sociais que alimentaram a vida apostólica de muitos cristãos. Veio ao de cima o sentido da espiritualidade no plural, ligada ela própria à existência concreta dos povos de todo o mundo, no abraço que o ConcÃlio Vaticano II já propusera, ao anunciar a presença do EspÃrito nos grandes pólos da Igreja e do mundo contemporâneo. Daà para cá muitos novos sinais surgiram. Mas também alguns se perderam, diluÃdos em tantos movimentos estreitos, voltados apenas para a zona etérea do abstracto e do individual, com ligeiros tons em acções isoladas e sem perspectiva de mudança estrutural. Dizendo por outras palavras: consentindo que alguns se salvem, dentro do pecado organizado pela injustiça e desigualdade do próprio mundo. Com a presença, na mesa, do Cardeal Patriarca de Lisboa e do Dr. José Carlos Sousa - um dos grandes peritos em Doutrina Social da Igreja - Calvez recapitulou o essencial do texto e contexto, o espÃrito que o Papa Montini tão bem expressou sobre a palavra chave do momento: o desenvolvimento, como desiderato de todos, possibilidade para todos, obrigação de todos. De tal forma, disse Paulo VI, que "o desenvolvimento é o novo nome da Paz... E um apelo ao progresso do homem todo e de todos os homens." O Patriarca de Lisboa chamaria à encÃclica "intuição profética" na abordagem das grandes questões que, quarenta anos, depois nos atingem. E concluiu: "aos cristãos compete mergulhar permanentemente nos sinais dos tempos e aà descobrir sinais de esperança". Não foi um acontecimento revivalista mas de integração dum passado recente com um presente que lança à Igreja novas questões no seu compromisso social. E relembra algumas já esquecidas. António Rego Reflexo Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...