Editorial

Para glória do Seu nome

Paulo Rocha
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Paulo Rocha
Paulo Rocha

Paulo Rocha, Agência ECCLESIA

O debate em torno do tema ‘Europa’ é frequentemente marcado por questões religiosas na tentativa crescente de apagar referências a uma matriz que determina a sua identidade ou para impor políticas que alteram substancialmente as consequências de um humanismo cristão que faz parte da sua história. Sinal maior dessa obsessão está na impossibilidade de encontrar consensos para incluir a palavra ‘cristianismo’ na Constituição Europeia, mesmo em nota marginal que carateriza todos os preâmbulos, quando se quis fazer referência às raízes identitárias do continente.

Longe de leis para a Europa, o cristianismo está na vida de muitos europeus. E determina projetos globais que acontecem na Europa, com o futebol.

O que disse Fernando Santos após a conquista do título europeu de Futebol para a Seleção de Portugal comprova que a matriz cristã pode não estar em tratados constitucionais, mas está na vida, no quotidiano de muitos europeus. A carta do treinador português é a afirmação bem clara de que o cristianismo, nomeadamente na sua expressão e realização católica, é uma forma de vida que as leis não apagam.

Mais do que uma afirmação de fé pessoal, conhecida por todos e reconhecida por alguns, Fernando Santos disse a crentes e a não crentes que uma Pessoa está sempre presente na sua vida, é o seu “maior Amigo” e que tudo o que conquista tem um único objetivo: “Que seja para glória do Seu nome”.

A ocupação do espaço mediático por perspetivas que ostensivamente esquecem o que faz parte do ser pessoa na Europa e a timidez de muitos crentes, dos quem tem por única referência e exemplo uma Pessoa, Jesus Cristo, e raramente o manifestam, faz com que a surpresa reine diante de testemunhos de vida como o do treinador de Portugal e motiva o crescente engano da raridade desses percursos de vida.

À certeza de que há muitos protagonistas da nossa sociedade que vivem de acordo com a matriz cristã é necessário juntar o desafio que se coloca à Igreja Católica de lhes dar espaço, relevo, voz! Para isso, basta seguir a metodologia do Papa Francisco e abeirar-se de cada um deles, convidando-os, solicitando-os! Um exemplo: o Departamento Nacional da Pastoral Juvenil pediu a Cuca Roseta para participar na Jornada Mundial da Juventude, na festa que vai reunir os participantes de Portugal. A fadista, para quem cada hora de concerto é uma hora de oração, não hesitou em poder testemunhar a sua fé, em cantar todos os fados que mostram a dimensão espiritual do seu percurso de vida. E não esconde que este concerto especial e todos os outros têm uma marca comum: “para glória do Seu nome, sempre!”.



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