Entrevistas

Ao serviço da promoção social e humanitária

André Rubim Rangel
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Entrevista ao Presidente da Obra Diocesana de Promoção Social do Porto

VP – Há 2 anos, em entrevista ao presidente anterior da Obra, Bernardino Chamusca, incidimos a nossa conversa na história da Instituição. Agora pretendemos outros conhecimentos. Desde então até hoje houve diferenças ou novidades significativas na ODPS? Américo Ribeiro (AR) – É perfeitamente natural que se registem diferenças ou novidades no prosseguir da Obra, pois um dos objectivos da Instituição é melhorar, dignificar e inovar. Cada pessoa ou cada grupo tem as suas metas, a sua liderança, as suas metodologias e estratégias. Uma mudança implica sempre alterações. Estas prendem-se, sobretudo, com o melhoramento de espaços e equipamentos. Noutra vertente surgiram algumas modificações na orgânica e dinâmica globais, no sentido de potenciar recursos e serviços e obter-se resposta imediatista a questões e resultados. Outra preocupação desta gestão tem sido tornar a Obra Diocesana mais visível na comunidade, isto é, dar a conhecer mais de perto o seu valor e dignidade pelo trabalho que desenvolve de elevado valor e significado no âmbito social e humanitário. VP – Tendo analisado em concreto o vosso Plano para 2005 verifiquei 43 iniciativas, acções ou ideias a que pretendiam e pretendem implementar. Conseguiram concretizar já a maioria desse Plano? AR – Já se conseguiram concretizar múltiplas acções integradas no Plano de Actividades, porém, muito há a fazer e isso, certamente, acontecerá ao longo do mandato. A perspectiva positiva, o dinamismo, a vontade e conjugação de esforços e recursos num prosseguir, onde a articulação entre as várias estruturas e responsabilização marquem qualidade e eficiência, as possibilidades e oportunidades surgirão com bons resultados. Devo salientar o belo desempenho, entusiasmo, profissionalismo e amor à causa por parte dos Directores de Serviço, Dra. Mónica Carvalho, Dra. Margarida Aguiar e Dr. João Pratas, assim como, todos os Administrativos dos Serviços Centrais. VP – Que acções em concreto foram feitas? AR – Com o apoio da Segurança Social foi criado o Gabinete de Atendimento e Acompanhamento Social de Jovens no Centro Social de S. Tomé; - Divulgação e imagem da ODPS através da colocação de placas identificativas em todas as entradas dos edifícios onde estão instalados os Centros Sociais; - Out-doors identificativos/publicitários nos Centros Sociais da Pasteleira, S. Tomé, Rainha D. Leonor, Regado e no Armazém e Lavandaria; - Criação dos Regulamentos Internos para a Creche, o ATL, Centro de Convívio, Centro de Dia e Apoio Domiciliário; - Implementação de Livro de Ponto Informático e de Livro de Reclamações em todos os Centros Sociais e Serviços Centrais; - Cartões Identificativos, nome e fotografia, para todos os colaboradores da ODPS; - Aquisição de vestuário adequado para todos os Colaboradores, conforme as suas funções; - Realização de Rastreio Auditivo a todos os utentes e colaboradores patrocinado pela Empresa GAES; - Em parceria com a Associação Portuguesa de Osteoporose foi efectuada uma Sessão de Esclarecimento com o respectivo rastreio a todos os participantes; - Pinturas interiores e exteriores nos Centros Sociais de S. Tomé, Carriçal, Regado, Lagarteiro, Fonte da Moura e S. Roque da Lameira; - Remodelação e substituição de todo o equipamento mobiliário existente a fim de se proporcionar uma maior qualidade aos utentes, em especial, os idosos; - Atribuição de vestuário/pólos próprio para todas as crianças que beneficiam dos serviços da ODPS; - Concessão de lembrança significativa a todos os colaboradores com mais de 25 anos e atribuição de Prémio de Antiguidade a todos aqueles que completem 35 anos de trabalho na ODPS; - Criação das Direcções de Apoio à Infância e à Terceira Idade; - Passeio Anual e Ceia de Reis com os colaboradores da ODPS. VP – A que sector(es) deram mais prevalência: social, educativo, técnico, cultural, de relações públicas? AR – Os sectores aos quais se deu mais prevalência foram social e educativo. VP – Uma dessas iniciativas, o Dia da Obra, tem já lugar no dia 29, no Pavilhão Rosa Mota e pretende reunir todos os utentes e famílias da ODPS. Em que consiste e como vai ser esse dia? AR – O Dia da Obra tem como intenção primordial celebrar a vida da Obra Diocesana, organizando o primeiro encontro de utentes, colaboradores e seus familiares. A sua organização entrou na incumbência das senhoras Responsáveis dos Centros, que tem demonstrado meritoso trabalho impregnado de abnegação e profissionalismo. O programa integrará um espectáculo cujos protagonistas serão os utentes de todos os Centros Sociais. Viver-se-á um convívio onde reine a alegria e se cultivem, com enlevo, a Solidariedade, Fraternidade, Simplicidade e Amizade. VP – Que outras acções ainda vão ocorrer, e de que forma, ao longo deste ano? AR – Em cumprimento do protocolo existente entre a ODPS e a Câmara Municipal do Porto vão ser concretizadas as seguintes obras até finais de Dezembro de 2005: - Espaços novos para o ATL do Centro Social de S. Roque da Lameira; - Arrecadação para o Centro Social de Machado Vaz; - Pinturas interiores e exteriores, substituição de caixilharia e obras de beneficiação/alteração nos edifícios velho e novo do Centro Social de Rainha D. Leonor; - Projecto para apresentação a concurso do aumento do edifício do Centro Social da Fonte da Moura; - Após regularizações burocráticas e de licenciamento com a Câmara Municipal de Valongo e Empresa de Águas de Valongo concretizar a abertura/funcionamento da Lavandaria e armazém situados em Ermesinde; - Realização de reuniões de trabalho, a todos os níveis, com os Colaboradores da ODPS; - Visita aos Centros Sociais com sua Revª. D. Armindo Lopes Coelho, Bispo do Porto; - Acções de Formação a nível Informático e Apoio Domiciliário para os colaboradores, a fim de proporcionar uma maior Qualidade nos serviços a prestarem; - Realização da tradicional Festa de Natal com todos os colaboradores e colaboradoras da ODPS. VP – Já algum projecto e programação das principais acções/actividades para 2006? AR – Aumentar os índices de motivação e qualidade de serviços a todos os colaboradores da ODPS; - Incentivar um maior sentido de responsabilidade e criatividade aos Quadros da ODPS; - Criar um grande espírito de família, confiança, entusiasmo, profissionalismo, cooperação, solidariedade e amor ao próximo em todos os Colaboradores da ODPS para assim ser prestado um melhor serviço a todos os Utentes; - Concretização do aumento do edifício do Centro Social da Fonte da Moura; - Edição de Livro que relate a História da ODPS; - Criação de página de Qualidade e de Informação na Internet permanentemente actualizada; - Criação de desdobrável para divulgação da realidade e acção da ODPS; - Fundação da Liga dos Amigos da Obra Diocesana e Promoção Social. VP – Exercendo a sua actividade profissional no BPN – Porto, gostava de saber a sua opinião sobre a política de economia portuguesa. Será ainda de sacrifício(s) ou já de equilíbrio(s)? AR – Relativamente a essa questão não é difícil deduzir-se que a contenção é a palavra chave no orçamento da maioria dos portugueses. A crise ainda se encontra bem acesa e todos os sectores ligados à economia sentem-na com forte repercussão. Serão necessários muitos sacrifícios e restrições para se vencer estes tempos difíceis. VP – Para além disso exerce outros cargos de responsabilidade, como Presidente do Lions Clube de Santa Maria da Feira, da Liga dos Amigos do Hospital S. Sebastião e da Assembleia Geral da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Santa Maria da Feira. Consegue conciliar estas funções, dando-lhes a devida atenção? AR – Com uma boa gestão do tempo, método e organização de trabalho, espírito de doação, compreensão familiar e pouco ou quase nenhum tempo de lazer, muito se pode fazer. Sou um homem de acção, sou cidadão interveniente e crítico, gosto de ajudar e colaborar e enquanto puder assim o farei. Geralmente as pessoas que estão muito ocupadas nunca dizem não. No presente momento a Obra Diocesana é a Instituição que me ocupa muito do meu tempo de voluntariado. Em todos os cargos que exerço procuro dar o meu melhor acreditando veemente que quanto mais dou, despretensiosa e gratuitamente, mais recebo. VP – Poderemos dizer que é um grande feirense ou um feirense grande? Se lhe tirassem esta cidade e suas Instituições do mapa, como seria? AR – Sou Feirense apenas. Gosto muito da minha terra – Santa Maria da Feira – e dos meus conterrâneos e, como tal, o contributo e o legado que puder atribuir será certamente também fruto para mim. VP – Qual é o seu grande lema e orientação de vida que o ajuda a viver e a sentir os problemas sociais e culturais das Associações e Instituições várias que representa? AR – O Serviço Humanitário, valores e princípios humanos enchem a minha vida e a dos meus de sentido e razão. Sou sensível demais para dizer não a algo que eu possa oferecer beneficiando outros especialmente os que não podem retribuir. A minha formação moral e religiosa dá-me esta perspectiva de vida e não é por acaso que saio sempre enriquecido. (In Voz Portucalense)


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