Entrevistas

Católicos de Paris em Missão no ICNE

Octávio Carmo
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A sessão lisboeta do Congresso Internacional da Nova Evangelização (ICNE) está a mobilizar os católicos das outras quatro capitais envolvidas para nove dias de partilha e permuta em relação à evangelização nas grandes cidades. Céline é membro do Secretariado Internacional do Congresso e veio de Paris há três semanas, para os últimos preparativos necessários numa organização desta envergadura. À Agência ECCLESIA fala da experiência de 2004, na capital francesa, e das expectativas para a próxima etapa desta aventura espiritual Agência ECCLESIA – A sessão do ICNE em Paris foi um grande momento para todos os que participaram na iniciativa. Que aspectos do Congresso ficaram mais marcados? Céline – Eu diria que, em primeiro lugar, o mais marcante foi a mobilização das paróquias de Paris e dos seus fiéis. Houve grandes iniciativas, houve iniciativas pequeninas, mas todos fizeram algo de novo. Percebemos, ao longo do tempo, que havia medo de levar a nossa fé à rua, mas depois do Congresso as pessoas diziam: é possível fazê-lo, agora é preciso aprender a fazê-lo. Os parisienses que encontrávamos na rua e que não eram crentes receberam-nos muito bem, o contacto foi excelente, a cidade abriu-se, verdadeiramente. O momento mais forte foi o da “Jornada do Perdão”, que também vai ter lugar em Lisboa, em que as pessoas fizeram a experiência da misericórdia. Milhares de jovens reuniram-se ainda no grande concerto que teve lugar durante o Congresso, por causa da música, mas também para rezar. Este ano vamos ter em Paris, novamente, uma grande missão em volta da Catedral de Notre Dame, durante o fim-de-semana de Todos os Santos. AE – Anunciar Jesus Cristo com música, livros, teatro ou cinema ainda parece estranho para muita gente, não? C- É verdade, mas eu acredito que é preciso ir ao encontro do mundo, da sociedade. A Igreja deve anunciar Cristo e isso passa pela cultura, pela política, por todos os domínios do mundo contemporâneo. Mesmo que seja novo ir até esses lugares, isso é uma excelente experiência para os cristãos e também para o mundo que vamos encontrar. AE – O que é que Lisboa pode esperar da participação parisiense nesta sessão do ICNE? C- Nós temos feito tudo para que os católicos de Paris venham até aqui e a verdade é que muitos dos que acolheram portugueses em 2004 decidiram vir a Lisboa, para rever e ajudar os seus amigos de Portugal a viver esta semana. As inscrições vão-se fazendo pouco a pouco, mas os números são bons. AE – Esse contributo passa pelos ateliers e pelas missões internacionais? C- Sim, o Congresso tem como marca fundamental a troca de experiências, e os ateliers terão um papel central nessa dinâmica (realizar-se-ão cerca de 40 ateliers, em cada tarde, durante os dias do Congresso, em vários pontos da cidade, ndr). Neles participarão portugueses, parisienses, belgas e austríacos, entre outros, e esse intercâmbio internacional permite entender como é que cada um vive a sua fé, em lugares muito diferentes. AE – O conceito do ICNE poderia alargar-se a outras cidades? C- É importante que a ideia seja acolhida, mesmo por aqueles que não iniciaram o Congresso, mas que a partir desta experiência utilizam o conceito para o seu país. Isso já acontece em algumas cidades europeias e na Austrália, que tem uma representação desde o início do Congresso.


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