Entrevistas

Católicos procuram descobrir novas linguagens para a Evangelização

Octávio Carmo
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O Presidente da Comissão Central do ICNE, D. Manuel Clemente, fala à Agência ECCLESIA dos objectivos deste grande acontecimento eclesial

De 5 a 13 de Novembro, a sessão lisboeta do Congresso Internacional para a Nova Evangelização (ICNE) mobilizará mais de mil participantes de vários países, para reflectir sobre modelos e formas de acção que integrem a fé na vida das grandes cidades. Conferências, ateliers e várias iniciativas de animação vão sacudir Lisboa, com a ajuda das suas 290 paróquias. D. Manuel Clemente, presidente da Comissão Central de preparação do ICNE, explica, em entrevista à Agência ECCLESIA, aquilo que podemos esperar desta semana em que Jesus Cristo sai à rua. Agência ECCLESIA – Como é que o Congresso quer abordar a Cidade? D. Manuel Clemente – Eu diria que o ICNE tem três dimensões: a dimensão das pessoas que participam nas sessões do Congresso - que em cada capital ganha um rosto específico -, um primeiro núcleo, mais restrito. Depois há um público mais alargado, que são as comunidades cristãs, envolvidas há mais de um ano nesta sessão de Lisboa. Por ali circularam “cruzes de missão”, para suscitar nas paróquias uma série de acções, dentro e fora da Igreja – algumas até muito fora da Igreja. Por último, há um nível muito mais alargado, que é o da população da cidade ou que passa pela cidade. Quisemos, desde o princípio, que o Congresso, tratando-se de Nova Evangelização, não seja teórico, mas que ensaie formas de Nova Evangelização naquilo que ela quer dizer: a pessoa de Jesus Cristo, apresentada como realidade viva – que para muita gente já não o é, não passando de algo cultural, no sentido fraco do termo, e do passado. AE – Como é que isso se faz? MC - Em primeiro lugar, entrando em contacto com as pessoas, com formas antigas e novas de comunicar Jesus Cristo como realidade pessoal e viva. Se elas são constantemente interpeladas por tantas formas de publicidade, porque não o hão-de ser no sentido de descobrir Cristo Vivo? AE – É possível na cidade, em que muita gente se afastou das propostas da fé católica, voltar a atrair as pessoas sem mudar essas mesmas propostas? MC - Eu penso que sim, desde que essa atracção seja uma realidade viva – senão não seria uma atracção. Desde a Quaresma de 2004 as comunidades cristãs têm realizado várias acções e temos tido reacções muito interessantes, sobretudo de surpresa agradável. A verificação de que Jesus Cristo é uma realidade viva na existência de tanta gente é muito interpelativa. O Cristianismo foi assim desde o princípio: há dois mil anos houve um grupo de pessoas, em Jerusalém, que começou a dizer que Jesus de Nazaré estava vivo e isso é a substância do Cristianismo. É de admirar que as pessoas que se dizem cristãs façam o mesmo, testemunhando que Cristo está vivo? AE – A preparação do Congresso correspondeu às expectativas? MC - A Comissão Central tem várias equipas de trabalho e tudo correu pelo melhor: sabemos quase hora a hora o que é preciso fazer, desde o acolhimento à celebração final do envio. Descanso, contudo, só teremos no dia 14.... Outra tarefa foi a de suscitar, nas comunidades cristãs, as acções missionárias que devem ter, porque não se trata apenas de assistir às actividades. Posso dizer que só tenho de agradecer a Deus pela generosidade das pessoas que ajudaram a organizar tudo isto, porque só com essa generosidade é que se consegue.


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