Nova mobilidade exige respostas da Igreja LuÃs Filipe Santos 25 de Julho de 2006, às 13:34 ... D. António Vitalino, presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana O presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana, D. António Vitalino, fala à Agência ECCLESIA das mudanças que se adivinham nos movimentos migratórios no nosso paÃs e quais as respostas que a Igreja procura oferecer. Agência ECCLESIA (AE) - Reestruturar é a palavra de ordem na Comissão Episcopal da Mobilidade Humana? D. António Vitalino (AV) - É mais a articulação de todos os órgãos. Segundo a Santa Sé há sectores da realidade humana que escapavam à nossa Comissão. Durante uns tempos estivemos mais voltados para os emigrantes e depois para os imigrantes. Entretanto temos também a realidade dos Refugiados, das mulheres mal tratadas e da exploração sexual. Estamos a tentar que os sectores mais importantes - especialmente aqueles que nos dizem mais - venham a ser articulados de forma diferente. Só assim conseguiremos dar resposta a determinados assuntos que merecem uma atenção especial da Igreja. AE - Quais as respostas mais urgentes? AV - Estão na área da assistência religiosa aos emigrantes e imigrantes. Há também as áreas humanitárias e filantrópicas que estão também ligadas à missão da Igreja. Embora, muitas vezes, mais como denúncia profética do que resposta concreta. Não temos os meios suficientes mas temos muitos serviços para articular. AE - Em relação aos imigrantes as respostas são direccionadas em que sentido? AV - Temos de alertar as dioceses e os secretariados diocesanos para que peçam ajuda à s Igrejas de origem desses imigrantes e assim poderem ter no nosso paÃs esse conforto do Evangelho e da Igreja. Um conforto essencial nas situações de precariedade. Os organismos Sócio-Caritativos - ligados à Igreja e não só - possam, em situações difÃceis dar alguma resposta e algum apoio. Articular com os secretariados diocesanos para que este sector seja mais atendido. AE - Sem esquecer os nossos emigrantes? AV - Nós continuamos a ser um paÃs de emigração. Há muitos portugueses, sobretudo gente nova, que procura novas realidades de vida. Neste momento, a Irlanda e a Inglaterra atraem muita gente nova. Estes, quando não dominam a lÃngua e não estão ambientados, sentem dificuldades. AÃ, a Igreja pode exercer um papel fulcral e acolher aqueles que procuram melhorar as suas situações de vida. Muitos deles levam as suas famÃlias e as crianças. É preciso ajudá-las na formação religiosa e humana. E de alguém que sirva de ponte entre a cultura e essa lÃngua. AE - As dioceses portuguesas disponibilizam padres para o exterior? AV - Infelizmente, cada vez menos, porque não têm clero suficiente ou agentes pastorais para responder à s situações. Há sempre um ou outro que gosta de fazer uma experiência noutro paÃs. A Igreja deverá ter um espÃrito missionário. Um bispo, mesmo com necessidades, acaba por permitir que alguém temporariamente faça essa experiência. AE - Os nossos emigrantes não querem padres somente para alimentar a sua religiosidade popular? AV - Esses são os emigrantes que partiram noutros tempos e, normalmente, são gente mais popular e mais simples. Sentem a ligação com as suas raÃzes quando vai um padre de Portugal e participa numa dessas celebrações tradicionais de devoção popular. Temos também imensas missões organizadas que sentem falta da catequese e da Eucaristia. Neste ponto é fundamental evoluirmos porque a Igreja de origem não deve substituir a Igreja do paÃs de acolhimento. Fazer a ponte com essas dioceses. AE - Os padres que fazem esta experiência têm uma preparação especÃfica? AV - A realidade de cada paÃs é diferente. Esta comissão quer articular com essas igrejas para que possamos ter processos mais homogéneos de acordo com a instrução do Conselho PontifÃcio para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes. Migrações Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...