Redes de paz Paulo Rocha 31 de Dezembro de 2003, às 16:06 ... Interveio, em nome da Igreja, em diferentes causas da paz. Agora, Núncio em Madrid, diz que a paz depende de cada cidadão. Agência Ecclesia – Que relevo adquire, na comunidade internacional, o empenho do Papa João Paulo II na causa da paz? D. Manuel Monteiro de Castro – Desde o inÃcio do seu Pontificado, o Papa João Paulo II tem sido o grande promotor da causa da paz no mundo inteiro. Muitos documentos que escreveu testemunham-no. AE - Que significado tem a escolha do tema, para a próxima Jornada Mundial da Paz, “Educar para a Pazâ€? MMC – Vem na sequência de anteriores Jornadas. Para que o mundo viva em paz, temos que educar o mundo, explicar o valor da paz e o que ela significa. Quando estive em El Salvador, promovi reuniões na primeira semana do ano com cerca de 400 agentes de pastoral para estudar detalhadamente a mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz, procurando depois levá-la à s paróquias. Foi este trabalho de educação que depois nos facilitou enormemente o elaboração e o cumprimento do Tratado de Paz. AE – O compromisso pela paz da Igreja Católica adquire maior expressividade no Pontificado de João Paulo II? MMC – É um compromisso muito forte deste Papa. Mas é a sequência de outros anteriores. Para referir apenas um: o Papa João XXIII publicou um documento de um valor transcendental, nesse tempo, que foi a Pacem in Terris, que despertou muito a atenção do mundo. Para além do documento, agiu: na questão dos mÃsseis de Cuba, João XXIII teve uma intervenção directa em Moscovo e em Washington. A Pacem in Terris está, aliás, na sequência disso. Isto porque se o Presidente Kennedy não tivesse parado, ou conseguido parar, a posição que estava a tomar a União Soviética, terÃamos chegado, muito provavelmente, a uma guerra nuclear (porque as duas partes estavam preparadas para actuar). O ConcÃlio Vaticano II continuou com diversos documentos sobre a paz. O Papa Paulo VI iniciou, em 1968, estas Jornadas Mundiais da Paz, enviando uma Mensagem para esse Dia Mundial da Paz, a 1 de Janeiro de cada ano. AE - De que forma é que se pode dar força ao direito e à s Instituições Internacionais para que sejam o garante da paz entre povos e Estados? MMC – As organizações internacionais têm muito poder, mas dependem fundamentalmente de cada um de nós: se os cidadãos actuam, essa acção reflectir-se-á nas Organizações Internacionais. No entanto, creio que as Organizações Internacionais necessitam de ser mais potenciadas, necessitam de uma reforma (porque muitos deles foram criados para tempos que já não são os nossos). Mas eles necessitam sobretudo que a nossa reacção seja viva, para chamar a atenção deles mesmos. Depois as Organizações Internacionais são feitas com os homens de hoje: se nos educarmos com os valores da paz, levamo-los à s instituições e fazemo-los mais activos. Dia Mundial da Paz Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...