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Cinema: António: guerreiro de Deus

Margarida Ataíde
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Mais uma vez neste espaço dedicado ao cinema, não focamos exatamente uma estreia, mas abrangemos o acesso dos leitores à imensidão de filmes disponíveis em circuitos que vão bem além do comercial. É o caso da internet, onde existem já vários ‘lugares’ interessantes que de forma legal disponibilizam filmes possíveis de ser vistos e projetados online.

Desta feita, e por ser a data em que em tantos pontos do país se celebra o primeiro dos três santos populares, Santo António, o filme escolhido está acessível através do link http://pt.gloria.tv/?media=300557 em versão dobrada em português do brasil e chama-se ‘António: Guerreiro de Deus’ (no original, ‘Antonio Guerriero di Dio’)

Realizado por Antonello Belluco, o filme produzido em 2006 conta a história da vida de António praticamente desde o seu naufrágio ao largo da costa da Sicília Ocidental. O naufrágio ocorre no regresso de Marrocos para onde se dirigira a fim de iniciar a sua missão

evangelizadora, seguindo as pisadas dos missionários franciscanos que conhecera em Coimbra e por cujo espírito de simplicidade, idealismo e fraternidade, além da determinação missionária, se deixara tocar profundamente. A doença obriga-o a um regresso forçado que frustra as suas expetativas missionárias, no entanto, o aparente infortúnio do naufrágio é tomado como um inequívoco sinal de Deus e do caminho que lhe está reservado: em 1221, mais próximo de Assis, tem a oportunidade de conhecer Francisco, fundador da ordem que tanto admira e o encontro de ambos é determinante no carisma de António.

Após meses de isolamento e meditação em Montepaolo e de surpreender franciscanos e dominicanos com o seu extraordinário dom da oratória em Forli, é enviado em missão para a região da Lombardia, a que se segue um período de permanência em Bolonha, ensinando Teologia, e a deslocação para França, onde, além da pregação que nunca abandona, se dedica ao ensino nas universidades de Toulouse e Montpellier.

Em 1227 é designado Provincial de Romagna, fixando-se finalmente em Pádua, onde escreve diversos sermões, prossegue a pregação e entrega incondicionalmente toda a sua cultura, o seu génio e a sua refinada formação ao serviço dos mais fracos e dos oprimidos, opondo-se corajosamente aos poderes instituídos. 

Um filme que, mesmo sem rasgo artístico e muito aquém das plenas potencialidades dos recursos cinematográficos para aprofundar a personagem, a sua mística e o seu carisma, não deixa de constituir um razoável meio para conhecer e divulgar a vida de Santo António, como relato dos mais importantes momentos da sua vida, implicando também as suas principais motivações e inspirações.

 

Margarida Ataíde