25 anos ao serviço da Igreja e da sociedade Jornal da Madeira 09 de Agosto de 2005, às 12:12 ... Padre Agostinho Pinto, celebra bodas de prata de sacerdócio e lança livro Os 25 anos de sacerdócio do Pe. Agostinho Pinto, serão assinalados, no dia 10 de Agosto, com a celebração da Eucaristia, pelas 19 horas, na igreja da Encarnação (Estreito de Câmara de Lobos), onde foi ordenado presbÃtero e com o lançamento do livro "A Minha Mãe e a sua gente" no auditório daquela paróquia. O sacerdote, natural da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos integra a Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus e trabalha actualmente no Centro Missionário do Coração de Jesus, na cidade açoreana de Ponta Delgada e é pároco da paróquia do Livramento, situada nos arredores daquela cidade. Jornal da Madeira — Qual é o tema do livro "A Minha Mãe e a sua gente", de sua autoria? Pe. Agostinho Pinto — Este livro é uma espécie de memória da minha mãe. Ao longo dos meses fui-me lembrando de alguns factos relacionados com a sua vivência no Estreito de Câmara de Lobos. Depois fui acrescentando novas episódios e personagens, ligadas a ela e acabei por fazer uma reflexão sobre a realidade da minha freguesia. O livro é uma lembrança da mi-nha juventude, retratando a história da minha terra no perÃodo de vida de minha mãe que compreende as décdas de 30 a 80 do século XX. J.M.— Trabalha nos Açores. Como surgiu o Centro Missionário Coração de Jesus, onde exerce a sua actividade? Pe. A.P. — A 16 de Novembro de 1990, depois de ponderados os pedidos de vários bispos, que soli-citavam a nossa colaboração nas suas dioceses, foi fundada uma comunidade na ilha de S. Miguel - Açores, com o objectivo de aà cons-tituir um centro de espiritualidade - Centro Missionário Coração de Jesus - destinado a retiros, encontros, cursos de formação, como apoio à pastoral de Diocese e como lar para eventuais candidatos à Congregação. Realizava-se assim o desejo, há muito sentido na ProvÃncia Portuguesa dos Dehonianos, de se estabelecer uma comunidade no arquipélago dos Açores, de onde são naturais alguns dos nossos religiosos. Inaugurado, a 5 de Maio de 1996 é um centro de espiritualidade onde se fazerm retiros, encontros de jovens, cursos de cristandande e ou-tros encontros de diversas organizações estando ao serviço de toda a Diocese. Um boletim que apoio grupos J.M. — O que é o boletim ECCE que o Pe. Agostinho orienta? Pe. A.P. — É uma pequena revista que surgiu como apoio à oração de grupos e de pessoas, individualmente e em famÃlias. É um subsÃdio de oração bÃblica que tem como uma intenção vocacional e em simultâneo serve para divulgar a realidade da espiritualid dehoniana. J.M.— Para onde é enviado o boletim? Pe. A.P. — O boletim é enviado para Portugal Continental, Madeira e Açores e Estados Unidos onde existem grandes colónias de emigrantes açorianos e madeirenses. J.M. — Como caracteriza a paróquia do Livramento, nos Açores, onde é pároco? Pe. A.P. — É uma paróquia com cerca de cinco mil pessoas, situada nos arredores da cidade de Ponta Delgada. A sua população integra diversos nÃveis de actividades, pois há sectores rural, industrial e citadino. J.M.— E quanto a vocações em São Miguel? Pe. A.P. — As vocações, como em toda a parte, estão em baixo. Elas nivelam-se pela fé e como a fé está em crise, as vocações de consagração também estão em crise. Todavia vão surgindo alguns jovens, mais rapazes do que raparigas, que querem seguir a vida religiosa ou sacerdotal. Este é um desafio que se nos coloca na actualidade, pois a pastoral já não pode ser feita nos moldes do antigamente. E o grande desafio é revitalizar as comunidades de modo a que façam uma experiência de fé, pois a sociedade já não é de cristandade Hoje temos de levar o jovem a confrontar-se constantemente com a realidade nesta sociedade que é cada mais materialista e até laica. O jovem tem de confrontar a sua fé com estas realidades para ele próprio poder traçar o seu perfil. Bodas de prata sacerdotais são motivo para reflexão J.M.— Que significado atribui a estes 25 anos de vida sacerdotal? Pe. A.P. — Eu comecei como irmão dehoniano, que foi uma experiência que eu gostava e ia ficando como irmão se não fossem os apelos do povo de Deus. Foram eles que me fizeram pensar e retomar o sonho de infância avançando para a ordenação sacerdotal com as devidas autorizações e apoios. Estas bodas de prata sacerdotais têm muitos significados, para mim, porque são uma ocasião para eu olhar o passado, fazer um balanço na positiva e na negativa e pensar nos desafios que se me depararam. Nestes 25 anos eu contactei com a miséria humana e com a realidade do homem distante de Deus e quer fazer um caminho longe d´Ele e com consequente degradação. Tenho convivido também com as maravilhas que Deus faz naqueles que são dóceis ao Seu EspÃrito. Fico maravilhado de ver as experiências mÃsticas que vão surgindo no mundo actual e constatado que elas não são algo do passado. O que mais me impressiona não são os que reco-nhecem que estão mal, mas os que estão mal e que julgam que estão bem. J.M.— A sua vida sacerdotal tem sido diversificada… Pe. A.P. — Posso dizer que sou um padre ilhéu, pois trabalhei 12 anos na Madeira e estou a trabalhar há já 13 anos nos Açores. Na Madeira para além de professor no Colégio Missionário, estive na pastoral vocacional, no pré-semi-nário, visitando todas as paróquais o que me deu um profundo conhe-cimento da minha terra. Nos Açores comecei, com o Padre BasÃlio a nossa missão e foi com muito gosto que acompanhei o evoluir das obras do nosso Centro que já é uma referência na pastoral da Diocese dos Açores. Também a minha actividade como pároco dá-me a oportunidade de conhecer a realidade deste povo. SÃlvio Mendes Dehonianos Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...