Nacional

A crítica cultural purifica a religião

Joaquim Franco
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“A crítica cultural purifica a religião”, defendeu Dom Carlos Azevedo na conferência “Evangelização, Fé e Cultura” que se realizou no passado sábado, na Igreja da Amadora. O bispo auxiliar de Lisboa falou sobre a tensão entre a cultura dominante e a religião, como uma relação de sempre e não de agora. O prelado lembra que “Jesus foi o mais terrível crítico da religião do seu tempo” e considera, por isso, que a “religião precisa da crítica da cultura”, nomeadamente para contrariar a “rotina clerical”. Constatando que a “religião é sempre uma tentativa para conseguir o que só Deus pode realizar”, Dom Carlos Azevedo desafia os cristãos a terem “espírito crítico” e, ao mesmo tempo, uma vida “coerente com a Fé” que professam. Dom Carlos Azevedo contesta a tendência para a “cultura da economia global”, explicando que, na verdade, a sociedade contemporânea vive com muitas “microculturas do quotidiano”. O bispo recorda a última carta pastoral do Patriarca de Lisboa para defender “a educação para uma democracia que não se compadece com limitações à liberdade de exprimir a Fé. Se assim for não há democracia, nem liberdade”, conclui o bispo. Criticando o individualismo que tende a relativizar tudo, Dom Carlos Azevedo propõe o “individualismo” que reforça a dignidade da pessoa, porque “cada indivíduo é um problema não resolvido, um problema em aberto”. “É preciso acreditar em Deus” e valorizar “a cultura da solidariedade, da cidadania, da consciência cívica” numa sociedade onde, cada vez mais, “triunfa apenas o instinto, o egoísmo e o absurdo”, acrescenta o bispo auxiliar de Lisboa sublinhando que “os cristãos não têm de conquistar a Terra, mas oferecer a Graça de Jesus Cristo” aos homens. Dois quadros (“Cristos”) do pintor Artur Bual fizeram o cenário desta conferência. Na busca do transcendente, “o artista dá-nos um importante exemplo de como deve ser a atitude de um cristão”, disse Dom Carlos Azevedo que apontou a “arte e a beleza” como instrumentos de evangelização. Sábado, dia 29 de Outubro, inaugura na Igreja Matriz da Amadora a exposição “Cristo(s) – Bual e a Transcendência”, numa iniciativa conjunta da paróquia e da autarquia. São 26 quadros do mais importante pintor gestualista português, com uma obra expressiva na temática religiosa. Na ocasião, o padre Vítor Melícias fará uma intervenção sobre a “transcendência” na vida e obra de Artur Bual. Gabinete de Informação e Comunicação da Paróquia da Amadora Notícias relacionadas •Paróquia da Amadora promove o diálogo com a cidade


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