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A Igreja e a Primeira República

Luís Filipe Santos
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A Igreja e a Primeira República “Esclarecer esta página de luz e sombras, que foi a Primeira República” e “realçar o papel de D. Augusto Eduardo Nunes, arcebispo de Évora, que desempenhou uma função preponderante neste período” foram os objectivos centrais das Primeiras Jornadas de História Religiosa do Instituto Superior de Teologia de Évora e que tiveram como tema “A Igreja e a primeira República (1910 – 1920)”. Apesar destas dificuldades, “a Igreja também ganhou porque cresceu” – realçou à Agência ECCLESIA Teresa Maria Costa Pereira, secretária do referido Instituto. As “usurpações à Igreja e os primeiros passos do Republicanismo” estiveram em destaque no primeiro dia destas jornadas, realizadas nos dias 4 e 5 de Abril, no Auditório do Centro Pastoral da Sagrada Família (Álamos), e onde José Paulo Leite de Abreu, da UCP Braga, realçou a forma importante como “uns anos antes da Rerum Novarum (encíclica de Leão XIII) alguém já se tinha posicionado sobre a questão social” – disse Teresa Costa Pereira. Esse alguém “foi D. Augusto Eduardo Nunes” que pode ser “considerado pioneiro ou antecessor da questão social”. E adianta: “teve uma visão profética”. Para além das questões sociais, os restantes oradores sublinharam ainda “os problemas do desaparecimento do património eborense” que está “em grande parte no Museu de Arte Antiga, em Lisboa”. Será que este património pode voltar ao Alentejo? Perante esta pergunta, a secretária deste Instituto refere que essa “hipótese foi levantada”. Uma época difícil “que teve como consequência a proibição de leccionar o Ensino Religioso nas escolas” e “o encerramento dos colégios”. Mas este período teve antecedentes, explicados por António Matos Ferreira, que “foram de convulsão e onde Portugal se sentia atrasado”. Pormenores que “se juntam ao anticlericalismo espalhado pela Europa”. Estas jornadas serviram também para celebrar os 25 anos do Instituto Superior de Teologia de Évora, que segundo Teresa Maria Costa Pereira, tem procurado “ajudar na formação do clero das dioceses do Sul e também dos leigos” – concluiu.


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