“A insegurança e o medo do futuro marcam profundamente a vida dos trabalhadores e suas famílias, causados sobretudo pelo desemprego crescente, e pela precariedade no trabalho” – denuncia o comunicado da LOC/MTC – Movimento de Trabalhadores Cristãos, que esteve reunido, em Coimbra, dia 25 de Maio, para dar a conhecer os resultados do inquérito realizado em todo o país sobre “O trabalho justo, digno e reconhecido para todos”. Para além deste facto, o documento refere também que a deslocalização de empresas para países de baixos salários e “fortes benefícios sociais, as falências fraudulentas, os baixos salários, os horários excessivamente longos” e a “exploração de imigrantes” são sinais “da crise social que hoje se vive”.
Se as novas leis laborais forem aplicadas, “como constam do novo código de trabalho, virão agravar ainda mais esta situação” que passa pela diminuição dos “salários reais, agravando a dependência em relação às entidades patronais e enfraquecendo as organizações dos trabalhadores”. No sentido de ajudar a construir uma sociedade mais justa, a LOC/MTC espera “uma maior sensibilidade social” do Governo que traduza em leis, que defendem os trabalhadores, de modo “a não serem culpabilizados dos males do país, nomeadamente da baixa produtividade”. E avança: “queremos um trabalho justo, incluindo um salário que permita uma vida com qualidade para todos os trabalhadores e suas famílias”.
Se a tendência de privatizar a Segurança Social “é causa de enormes preocupações, pela previsível descapitalização da mesma”, o documento da LOC/MTC apela para que os “cuidados de saúde” tenham qualidade e que o trabalho doméstico, com os doentes e idosos e também o voluntariado tenha uma “remuneração conveniente e acesso à segurança social”.