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A Irmã Lúcia em Fátima trará mais peregrinos ao Santuário

Paulo Rocha
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O resto só Deus sabe, refere Mons. Luciano Guerra

O Santuário de Fátima prepara-se para acolher os restos mortais da vidente da Cova da Iria sem fazer grandes planos. “Vai haver um túmulo a ser mais visitado, o resto só Deus sabe”. Mons. Luciano Guerra diz que “Fátima é um lugar de surpresas”. O que acontecerá a partir de amanhã, com a trasladação da Irmã Lúcia para a Basílica do Santuário, acontecerá em cada peregrino que quiser visitar o túmulo dos pastorinhos, nomeadamente o da Irmã Lúcia, falecida há um ano. Sublinhando que o essencial é o Evangelho e que o Santuário quer insistir no núcleo da fé cristã, o Reitor de Fátima admite que a Irmã Lúcia constitui uma relação “afectiva e efectiva” para muitos crentes. Em declarações à Ecclesia referiu que “há pessoas para quem é muito importante” a proximidade aos pastorinhos e àquilo que, no presente, é sinal da Mensagem que receberam de Nossa Senhora há 90 anos. À Irmã Lúcia, principal vidente de Fátima porque relatora dos acontecimentos e da Mensagem que foi comunicada nas aparições, essa proximidade manifesta-se de forma acentuada. Assim aconteceu durante a sua vida (apesar de viver no interior do Carmelo de Coimbra); o mesmo se verificou por ocasião do funeral, em Fevereiro de 2005; é também essa proximidade que se espera amanhã, na trasladação dos seus restos mortais do Carmelo de Coimbra para a Basílica do Santuário de Fátima e nos dias que se seguem, quando for possível visitar o seu túmulo. Alvo de grande devoção entre os crentes, a irmã Lúcia não pode ser venerada. “Não lhe podemos prestar culto oficialmente enquanto a Igreja não se pronunciar” – recorda Mons. Luciano Guerra – o que acontecerá quando se iniciar o processo de canonização. O Santuário contribuirá para o desenrolar desse processo, levando por diante a análise de toda a documentação, no seguimento da publicação da documentação crítica de Fátima e das memórias da Irmã Lúcia. Em declarações à Ecclesia, Mons. Luciano Guerra sublinhou também que a irmã Lúcia, vidente principal das aparições de 1917 terá um lugar na história da Igreja e do mundo. “É uma mulher que vai ser citada na história do comunismo” (A Rússia se converterá”; “o meu Coração Imaculado triunfará”. Jornadas sobre o Santuário A preparação da trasladação dos restos mortais para o Santuário de Fátima acontece nas Jornadas que se inserem no conjunto de iniciativas para comemorar os 90 anos das aparições. Com tema “O Santuário, iniciativa Divina em favor dos Homens”, estas Jornadas reúnem voluntários e funcionários do Santuário de Fátima (e outros participantes, uma vez que as Jornadas são abertas a todos) para reflectir sobre a natureza e finalidade do Santuário, nomeadamente o de Fátima, no presente. Porque ao Santuário de Fátima peregrinam muitas pessoas, o acolhimento é palavra de ordem, porque por Fátima – referiu à Ecclesia o Pe. Armindo Janeiro – não passam “multidões”. Passam sim “muitas pessoas”, com histórias próprias e com razões diferentes para uma presença na Cova da Iria. Para assinalar os 90 anos das aparições serão propostas mais de 50 acções, de três âmbitos distintos: estudo, artístico e de reflexão. Nos espaços do Santuário e nas proximidades, são visíveis os preparativos para as transmissões audiovisuais, com a instalação dos meios técnicos necessários. São evidentes também as montagens de todos os meios de protecção civil necessários à gestão do grande número de peregrinos que é esperado amanhã (250 mil). Inauguração da Basílica em 2007 Em declarações à Ecclesia, o Reitor do Santuário de Fátima garantiu também que a inauguração da nova Basílica, em Fátima, será inaugurada em 2007. As fases finais da construção já foram adjudicadas e, admitindo que em Maio de 2007 será difícil ter tudo pronto, deu como certa a finalização da obra durante esse ano.


Pastorinhos de Fátima