Nacional

A luz de Fátima iluminou as avenidas de Lisboa

Luís Filipe Santos
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As multidões são uma das característica do Santuário de Fátima. Hoje, a imagem de Fátima veio a Lisboa (3ª vez nos últimos 80 anos) e trouxe também a multidão consigo. Logo na partida, Igreja de Nossa Senhora de Fátima, os lenços brancos começaram acenar-lhe. Não era a procissão do adeus mas uma saudação àquela imagem “preciosíssima” – nas palavras de Monsenhor Luciano Guerra, Reitor do Santuário de Fátima. Aquele “mar de gente” preparava-se para iniciar a procissão da luz que irá percorrer as principais artérias da cidade de Lisboa. Nesta tarde outonal e com as velas acesas “queremos testemunhar o nosso compromisso cristão de levar a luz de Cristo a toda a cidade” – disse D. José Policarpo, Cardeal Patriarca de Lisboa, no início da procissão que levará a imagem até ao largo dos Restauradores. Com o nascer da noite, Lisboa ficou com uma luminosidade diferente e o calor da imagem de Fátima caminhava com os peregrinos. A cidade que acolhe o Congresso Internacional para a Nova Evangelização (ICNE), de 5 a 13 de Novembro, esperava por ela de braços abertos. A sua brancura e aqueles olhos fulminantes pareciam tiros iluminadores em direcção ao coração dos homens que caminhavam em direcção à meta. Tal como o rio que corre para o oceano, os peregrinos, levando consigo as velas e bandeiras, acompanhavam, em passos lentos, a imagem de Fátima. Ao som de cânticos marianos notava-se que a cidade estava com uma luz diferente. Era difícil contabilizar o número de peregrinos, muitos estavam nas janelas, mas foram muitos milhares que percorreram aqueles quilómetros da cidade que acolhe o ICNE e que entregou hoje, após a Eucaristia no Mosteiro dos Jerónimos, a cruz da missão à cidade de Bruxelas. Metrópole que receberá a próxima sessão do Congresso Internacional para a Nova Evangelização, em 2006. Nesta Procissão da Luz, algumas dezenas de peregrinos transportavam consigo caixas onde muitos cristãos colocaram as suas intenções. Lisboa saiu à rua. «Esqueceu-se» de Santo António e consagrou-se a Nossa Senhora de Fátima cinco meses depois da festa que traz os lisboetas à rua (12 de Junho). Lá no fundo, os cacilheiros atravessavam o Tejo e levavam a bordo a Nova Evangelização. Do lado de lá, o Cristo-Rei, acolheu esta imagem na sua inauguração, acolhia de braços abertos a mensagem. Lembrei-me do poema de Pedro Homem de Mello «Povo que lavas no rio; E talhas com o teu machado; As tábuas do meu caixão”. Este povo peregrino talhava as tábuas da ressurreição mesmo com a chuva que caia abundantemente do «Alto». As sementes foram lançadas no ICNE e estas gotas farão crescer a seara lançada pelos cinco cardeais. Ao chegar aos Restauradores, a Imagem de Nossa Senhora de Fátima ofuscou o nicho onde está colocado D. Sebastião. Ele não apareceu no meio do nevoeiro. Nasceu sim, uma nova etapa do Congresso Internacional para a Nova Evangelização através de raios luminosos vindos daquela imagem que mobilizou Lisboa.


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